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Criptoworld | Ed.30.24

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Matheus Amaral

Publicado 01/nov3 min de leitura

Criptos na semana

O mercado cripto mantém sua trajetória ascendente, com o Bitcoin negociando acima dos US$ 70.000. Um dado interessante do cenário brasileiro: segundo a Análise do Setor Externo do Banco Inter, as transações com criptomoedas, especialmente stablecoins, continuam expressivas no fluxo cambial do país, evidenciando a crescente relevância do setor.

A capitalização total do mercado cripto alcançou US$ 2,53 trilhões, com o Bitcoin representando US$ 1,43 trilhão deste valor. Os ETFs spot de Bitcoin continuam atraindo capital institucional significativo, com 4,91% da oferta total de BTC já sob sua custódia.

Na performance semanal, destaque para o Dogecoin(DOGE) com alta de 16,90%, enquanto o Bitcoin avançou 2,74%. Ethereum (-0,64%), BNB (-2,48%) e Solana (-2,98%) apresentaram leves correções. Em reais, o Bitcoin atingiu R$ 416.954, com alta semanal de 0,8%.

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Entendenda a Dominância do Bitcoin ao longo dos Ciclos de Mercado

Um dos aspectos mais fascinantes do mercado cripto é a dinâmica entre o Bitcoin e as outras criptomoedas, como a Ethereum e as altcoins. Esta relação pode ser visualizada através da análise da dominância do Bitcoin em comparação com o valor de mercado da Ethereum, como mostra o gráfico abaixo:

O gráfico nos revela um padrão interessante que tivemos no último ciclo de 2020: quando a dominância do Bitcoin diminui, frequentemente observamos um aumento no valor de mercado da Ethereum e, por extensão, das altcoins em geral tendem a valorizar durante essa mudança. Este movimento não é coincidência, mas sim um reflexo do fluxo de capital no ecossistema cripto.

Historicamente, o ciclo segue um padrão relativamente previsível:

• Inicialmente, o capital institucional e de grandes investidores concentra-se no Bitcoin, aumentando sua dominância no mercado (como estamos vendo desde dezembro de 2023, com a dominância subindo de 40% para 60%).

• Conforme o Bitcoin atinge novos patamares de preço, parte dos investidores começa a buscar oportunidades de maior retorno em outros projetos. Este movimento geralmente começa com as "blue chips" do mercado cripto - principalmente Ethereum, mas também incluindo projetos do top 10 como Solana, BNB e outras.

• À medida que o ciclo avança, o capital gradualmente se move para projetos menores do top 50, iniciando a fase conhecida como "season das altcoins". Este período é marcado por uma queda significativa na dominância do Bitcoin, como observamos em 2021.

• O ciclo atinge seu ápice na chamada "banana zone", quando até projetos muito pequenos apresentam valorizações expressivas. Esta fase geralmente antecede correções significativas no mercado.

Atualmente, estamos observando uma forte concentração no Bitcoin, evidenciada pela alta dominância. Este cenário, combinado com a entrada sustentada de capital institucional via ETFs, sugere que ainda estamos nas fases iniciais do ciclo atual, com potencial significativo para movimentos futuros no mercado de altcoins.

É importante ressaltar que cada ciclo tem suas particularidades, e o atual apresenta características únicas, como a presença dos ETFs spot e uma maior maturidade do mercado. No entanto, compreender estes padrões históricos pode nos ajudar a navegar com mais sabedoria pelo mercado cripto.

Notícias da Semana

Importação de criptoativos no Brasil atinge US$ 1,429 bilhão em setembro de 2024

De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, o volume de importação de criptoativos no Brasil atingiu US$ 1,429 bilhão em setembro de 2024, um aumento significativo em relação aos US$ 1,032 bilhão registrados no mesmo mês do ano anterior. Já a exportação permaneceu baixa, resultando em uma saída líquida de US$ 1,385 bilhão. Apesar de ainda elevado, houve uma redução na importação líquida na comparação com agosto de 2024. No acumulado de janeiro a setembro, a importação totalizou US$ 13,797 bilhões, bem acima dos US$ 8,453 bilhões no mesmo período de 2023. (link da notícia)

Tether, a maior stablecoin do mundo, novamente enfrenta ameaça de investigações nos EUA

A Tether, emissora da stablecoin USDT, estaria mais uma vez sob investigação nos Estados Unidos por supostas violações de sanções e lavagem de dinheiro, de acordo com rumores. Não é a primeira vez que surgem especulações do tipo envolvendo a empresa. Promotores federais estariam apurando se a USDT foi usada para financiar atividades ilegais. O Departamento do Tesouro também consideraria sancionar a Tether devido ao uso do token por grupos e indivíduos já sancionados. A empresa nega ter conhecimento das investigações e afirma possuir bilhões de dólares em títulos públicos americanos lastreando a USDT, o que foi confirmado pela parceira Cantor Fitzgerald. (link da notícia)

Microsoft abre votação sobre proposta para investir em Bitcoin

A Microsoft abriu uma votação para seus acionistas decidirem sobre uma proposta que sugere que a empresa invista em Bitcoin como reserva de valor e proteção contra a inflação. Embora o conselho da Microsoft recomende a rejeição da proposta, alegando que a volatilidade das criptomoedas é um fator de risco, a possibilidade de aprovação animou o mercado cripto. Nesse contexto, Michael Saylor, CEO da MicroStrategy, ofereceu ajuda a Satya Nadella, CEO da Microsoft, para adotar a "estratégia Bitcoin" e gerar lucros para os acionistas. Saylor destacou que as ações da MicroStrategy, que possui Bitcoin em seu balanço patrimonial, superaram as da Microsoft em 440% nos últimos 12 meses, apesar de realizar apenas uma fração dos negócios da gigante de tecnologia. A votação na Microsoft poderá ser realizada até 9 de dezembro e a decisão será tomada pelos maiores acionistas da empresa. (link da notícia)

Franklin Templeton leva seu Fundo do Tesouro tokenizado para a Base, tornando-se o primeiro gestor de ativos na Layer 2

A gestora de ativos Franklin Templeton disponibilizou seu Fundo do Mercado Monetário do Governo dos EUA OnChain(FOBXX) na blockchain Layer2 Base da Coinbase. O fundo, que possui um valor de mercado de $410 milhões, já está disponível em outras cinco blockchains, sendo a Stellar a rede principal. A Base tornou-se rapidamente uma das blockchains Layer2 mais populares do ecossistema, com mais de $8 bilhões em valor total bloqueado (TVL). O lançamento do FOBXX na Base marca a primeira vez que um grande gestor de ativos constrói diretamente na Layer2, sinalizando o crescente interesse de instituições financeiras em aproveitar a tecnologia on-chain para modernizar o sistema financeiro. (link da notícia)

Glossário

TVL (Total Value Locked): métrica que representa o valor total de ativos depositados e bloqueados em protocolos descentralizados de finanças (DeFi) e outros aplicativos baseados em blockchain.

Halving: evento programado no protocolo do Bitcoin que reduz pela metade a recompensa de mineração a cada 210.000 blocos minerados, o que ocorre aproximadamente a cada 4 anos. O halving é um mecanismo deflacionário que controla a emissão de novos bitcoins e contribui para a escassez e valorização da criptomoeda a longo prazo.

Altcoins: termo que engloba todas as criptomoedas e tokens alternativos ao Bitcoin. As altcoins abrangem uma ampla gama de projetos com diferentes propósitos, tecnologias e casos de uso, como Ethereum, Solana, Cardano, entre outras.

DeFi (Decentralized Finance): ecossistema de aplicativos e protocolos financeiros construídos sobre redes blockchain, principalmente Ethereum, que buscam oferecer serviços financeiros de forma descentralizada. O DeFi engloba uma serviços como empréstimos, negociação de ativos, gestão de portfólio e seguros.


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