Criptos na semana
O mercado de criptomoedas apresentou uma semana de movimentos mistos, com o valor total do mercado (Market Cap) registrando uma leve queda de 0,42%, fechando em US$ 2,32 trilhões. A dominância do Bitcoin permanece em 57,9%, sinalizando que ainda não entramos em um período de "altseason".
O Bitcoin (BTC teve uma correção moderada de 1,21%, sendo negociado a US$ 67.917,31. O Ethereum (ETH apresentou uma queda mais acentuada de 4,67%, cotado a US$ 2.529,46. Entre os destaques positivos, o Solana (SOL surpreendeu com uma valorização expressiva de 11,95%, enquanto o Tron TRX manteve sua tendência de alta com ganhos de 4,47%.
O Total Value Locked (TVL em protocolos DeFi apresentou uma pequena retração de 0,85%, fechando em US$ 158,616 bilhões, refletindo uma estabilidade relativa no setor de finanças descentralizadas.
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Aproximando de 200 Dias Após o Halving. Como está o Ciclo do Bitcoin?
À medida que o Bitcoin amadurece, observamos mudanças interessantes não apenas na magnitude dos ganhos, mas também no próprio ritmo do mercado. É como se o Bitcoin estivesse "aprendendo a dançar" em um compasso mais lento e sofisticado.
Analisando os ciclos anteriores, notamos um comportamento: o tempo necessário para atingir o pico de preço após cada halving tem aumentado consistentemente. No primeiro ciclo, o Bitcoin atingiu seu ápice 371 dias após o halving - praticamente um ano. No segundo ciclo, esse período se estendeu para 525 dias, e no terceiro ciclo, chegamos a 546 dias. É como se o mercado estivesse "esticando" seus ciclos, tornando-os mais longos e menos abruptos.
Esta extensão temporal não é por acaso. Com a entrada de investidores institucionais e uma base maior de holders de longo prazo, o Bitcoin está se comportando cada vez mais como um ativo financeiro tradicional. Imagine como um navio: quanto maior ele se torna, mais tempo leva para fazer uma manobra completa. O mesmo acontece com o Bitcoin - sua maior capitalização de mercado significa movimentos mais graduais e ciclos mais extensos.
A dominância do Bitcoin também conta uma história interessante durante esses ciclos. Tradicionalmente, observamos um padrão onde o Bitcoin lidera o movimento de alta inicial após o halving, resultando em um aumento de sua dominância. Conforme o ciclo avança e os investidores ganham confiança, começa uma "rotação" de capital para as altcoins, levando a uma redução gradual da dominância do Bitcoin. Este fenômeno, carinhosamente chamado de "altseason" pela comunidade cripto, costuma ocorrer nos estágios mais avançados do ciclo de alta.
No ciclo atual, a dominância do Bitcoin em 57,9% sugere que ainda estamos em uma fase inicial, onde os investidores preferem se posicionar no ativo mais estabelecido do mercado. Historicamente, é apenas quando esta dominância começa a diminuir significativamente que podemos esperar o início de uma possível altseason.
Notícias da Semana
Stripe adquire startup de stablecoins Bridge por US$ 1,1 bilhão
A Stripe, reconhecida como a maior fintech privada dos Estados Unidos, acaba de concretizar a aquisição da startup Bridge por US$ 1,1 bilhão, marcando a maior transação já realizada tanto na história da empresa quanto do setor cripto. A Bridge é especializada no desenvolvimento de infraestrutura para stablecoins, fornecendo APIs (Interfaces de Programação de Aplicação) que facilitam pagamentos com criptomoedas estáveis lastreadas em ativos tradicionais. Esta aquisição estratégica reforça significativamente o posicionamento da Stripe no mercado cripto, setor que a empresa já havia declarado como prioritário para seus investimentos futuros. Mesmo com esta importante aquisição, a Stripe, atualmente avaliada em US$ 65 bilhões, mantém sua posição de não ter pressa para realizar uma oferta pública inicial (IPO). (link da notícia)
Exchange Kraken planeja lançar sua própria blockchain de segunda camada na Ethereum ano que vem
A exchange Kraken revelou seus planos para o lançamento da Ink, uma blockchain de segunda camada (L2) construída sobre a rede Ethereum, prevista para o início de 2025. Esta nova infraestrutura será especialmente dedicada a aplicações descentralizadas focadas em negociação e empréstimo de tokens. Utilizando a tecnologia da Optimism, assim como a Base da Coinbase, a Ink promete oferecer maior escalabilidade e redução significativa nos custos de transação. O objetivo principal é simplificar a experiência dos usuários no ambiente DeFi (Finanças Descentralizadas). Esta iniciativa segue uma tendência crescente entre as principais exchanges de desenvolverem suas próprias soluções blockchain. (link da notícia)
BlackRock lança criptomoeda BUIDL em parceria com grandes exchanges
A BlackRock, líder global em gestão de ativos, expandiu sua presença no mercado cripto com o lançamento do token BUIDL, desenvolvido em colaboração com importantes exchanges como Binance, OKX e Deribit. Esta nova stablecoin se diferencia por oferecer rendimentos aos seus detentores e servir como garantia em operações com derivativos. Com um ticket mínimo de US$ 5 milhões, o BUIDL é direcionado especificamente para investidores institucionais, posicionando-se como alternativa às stablecoins tradicionais como USDT e USDC. Esta iniciativa demonstra como a BlackRock está aplicando sua experiência em mercados tradicionais ao setor cripto. (link da notícia)
Volume de operações com criptomoedas no Brasil cresce 24% em 2024, atingindo R$ 247,8 bilhões
O mercado cripto brasileiro registrou um crescimento notável em 2024, com o volume de operações atingindo R$ 247,8 bilhões nos primeiros nove meses do ano, representando um aumento de 24,2% em comparação ao mesmo período de 2023, conforme dados da Receita Federal. A stablecoin Tether (USDT) dominou as operações, respondendo por 62% do volume total, superando significativamente outras criptomoedas populares como Bitcoin e Ethereum. Embora o acumulado do ano mostre crescimento, observou-se uma redução nos volumes mensais após o Bitcoin atingir seu pico em março. As exchanges de criptomoedas continuam sendo os principais canais para estas transações. (link da notícia)
Glossário
• TVL (Total Value Locked): métrica que representa o valor total de ativos depositados e bloqueados em protocolos descentralizados de finanças (DeFi) e outros aplicativos baseados em blockchain.
• Halving: evento programado no protocolo do Bitcoin que reduz pela metade a recompensa de mineração a cada 210.000 blocos minerados, o que ocorre aproximadamente a cada 4 anos. O halving é um mecanismo deflacionário que controla a emissão de novos bitcoins e contribui para a escassez e valorização da criptomoeda a longo prazo.
• Altcoins: termo que engloba todas as criptomoedas e tokens alternativos ao Bitcoin. As altcoins abrangem uma ampla gama de projetos com diferentes propósitos, tecnologias e casos de uso, como Ethereum, Solana, Cardano, entre outras.
• DeFi (Decentralized Finance): ecossistema de aplicativos e protocolos financeiros construídos sobre redes blockchain, principalmente Ethereum, que buscam oferecer serviços financeiros de forma descentralizada. O DeFi engloba uma serviços como empréstimos, negociação de ativos, gestão de portfólio e seguros.