Criptos na semana
O mercado de criptomoedas enfrentou uma semana desafiadora, com quedas generalizadas em praticamente todos os principais ativos digitais. O valor total do mercado (Market Cap) caiu 8,58%, encerrando a semana em US$ 2,33 trilhões.
O Bitcoin (BTC registrou uma queda de 8,29% na semana, cotado a US$ 60.800,26. O Ethereum (ETH, teve um desempenho ainda pior, com uma queda de 12,27%, sendo negociado a US$ 2.353,91.
As altcoins tendem a sofrer quedas mais acentuadas em períodos de correção do mercado. Isso ocorre devido à sua menor liquidez e maior volatilidade em comparação com o Bitcoin. Investidores frequentemente buscam refúgio em ativos considerados mais seguros durante períodos de incerteza, o que pode levar a uma migração de capital das altcoins para o Bitcoin ou até mesmo para ativos fora do ecossistema cripto.
Uma exceção nesta semana foi o Tron (TRX, que conseguiu manter um desempenho positivo com um aumento de 1,42%, destacando-se em meio ao cenário de queda generalizada.
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Uptober ou Downtober? O Que Está Acontecendo com o Bitcoin?
Historicamente, outubro tem sido um mês positivo para o Bitcoin, ganhando o apelido de "Uptober". Em setembro, o Bitcoin surpreendeu com uma valorização de 7,4%, contrariando a tendência negativa usual do mês. No entanto, o início de outubro começou mostrando uma cara diferente, com uma queda de 2,5%, levantando questões sobre se teremos um "Uptober" ou um "Downtober" este ano.
Fatores que podem impulsionar o Bitcoin incluem a redução dos juros nos EUA e os estímulos econômicos na China, que tendem a aumentar a liquidez global. Além disso, o impacto do halving ocorrido no início de 2024 continua a ser absorvido pelo mercado, limitando a oferta de BTC e potencialmente pressionando os preços para cima.
Por outro lado, riscos como possíveis mudanças na política monetária do Federal Reserve, após o discurso de Jerome Powell indicando uma postura menos agressiva em cortes de juros, podem gerar volatilidade. As eleições nos EUA também são um fator que devemos considerar, com figuras como Donald Trump e mais recentemente Kamala Harris fazendo declarações sobre criptomoedas e blockchain em suas campanhas.
O conflito entre Irã e Israel pode derrubar o Bitcoin ainda mais?
A recente escalada de tensões entre Irã e Israel impactou significativamente os mercados globais, incluindo o Bitcoin. O preço da criptomoeda caiu 3,2%, chegando a US$61.300 após os ataques com mísseis. Este evento reacendeu o debate sobre o papel do Bitcoin como um ativo de proteção em momentos de crises geopolíticas.
Embora alguns especialistas argumentem que o Bitcoin ainda não atua consistentemente como um "ativo de segurança" em tempos de conflitos, há evidências crescentes de sua resiliência e potencial em cenários geopolíticos tensos. Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, ofereceu uma perspectiva interessante sobre este tema.
Em uma carta aos acionistas em março de 2022, durante a guerra na Ucrânia, Fink afirmou que conflitos globais poderiam acelerar a adoção de moedas digitais. Ele argumentou que um "sistema de pagamento digital global, cuidadosamente projetado, pode aprimorar a liquidação de transações internacionais, reduzindo o risco de lavagem de dinheiro e corrupção".
Fink também destacou que as moedas digitais podem ajudar a reduzir os custos de pagamentos transfronteiriços, beneficiando, por exemplo, trabalhadores expatriados que enviam remessas para suas famílias. Esta visão sugere que, em vez de ser prejudicado por conflitos globais, o Bitcoin e outras criptomoedas podem, na verdade, ganhar relevância como alternativas às moedas tradicionais em tempos de instabilidade.
Entendendo o Drex e o futuro do sistema financeiro do Brasil
O sistema financeiro brasileiro atual é como uma cidade com vários bairros interconectados, cada um com sua função específica. Temos o STR (Sistema de Transferência de Reserva), que é como o centro financeiro onde os bancos fazem negócios entre si. Ao lado, temos o SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos), que dá suporte ao Pix, permitindo transferências rápidas para todos nós. Há também o SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que é como um cofre gigante onde ficam guardados os títulos do governo.
Esses sistemas formam a base do nosso sistema financeiro, lidando principalmente com dois tipos de "moedas": o dinheiro que os bancos usam entre si e os títulos do governo. Mas a cidade financeira não para por aí. Temos ainda outros "bairros" importantes, como a B3, onde ficam as ações das empresas, e sistemas que nos conectam com o mundo, como o Swift para pagamentos internacionais.
Embora todos esses sistemas trabalhem juntos, eles foram construídos em épocas diferentes, usando tecnologias distintas. É como se cada bairro da nossa cidade financeira falasse uma língua diferente. Isso torna as coisas mais complicadas quando queremos fazer operações que envolvem diferentes partes do sistema.
É nesse contexto que surge o Drex. Nessa semana Fabio Araujo, coordenador do projeto no Banco Central, afirmou que: "O Drex será mais inovador e abrangente que o Pix, funcionando como uma infraestrutura pública digital que democratizará o mercado financeiro brasileiro.”
O Drex pretende ser uma plataforma unificada que pode trabalhar com todos os tipos de operações financeiras usando a mesma linguagem tecnológica. Araujo explica: "O Drex se diferencia por sua programabilidade, inspirada nas finanças descentralizadas (DeFi), permitindo a criação de contratos inteligentes. Isso abre espaço para novos agentes de pagamento e favorece a inovação no mercado financeiro.” Além disso, o Drex será distribuído, tornando o sistema mais seguro e resistente. Sobre a implementação, Araujo também comentou: "A segunda fase do piloto do Drex começou em setembro de 2024, com participação do mercado para testar a escalabilidade. O Banco Central já firmou parcerias com a CVM e está em diálogo com reguladores de outros setores, como o imobiliário, para garantir uma implementação abrangente e eficaz.”
É importante notar que o sistema financeiro brasileiro já é considerado um dos mais modernos do mundo. O Drex não vem para substituir o que já temos, mas para melhorar ainda mais, tornando nosso sistema financeiro ainda mais eficiente e preparado para o futuro.
Notícias da Semana
Receita Federal estuda tributação de tokens RWA e reguladores avançam na regulamentação do mercado cripto
Durante o Fórum Ativos Digitais, Regiane Pedroso, diretora-executiva da ABToken, revelou que a Receita Federal está estudando como tributar os tokens RWA (ativos do mundo real) no Brasil. Além disso, representantes da ABToken e ABCripto destacaram a importância dos avanços regulatórios esperados para o setor até o final do ano, com consultas públicas da CVM, Banco Central e Receita Federal. Os executivos enfatizaram a necessidade de reformas nas normas existentes, como a Instrução CVM 88, para atender adequadamente às demandas do mercado de criptoativos e tokenização em crescimento no país. (link da notícia)
HBO promete revelar identidade de Satoshi Nakamoto em novo documentário sobre o Bitcoin
A HBO anunciou um documentário que promete revelar a verdadeira identidade de Satoshi Nakamoto, o criador anônimo do Bitcoin. O filme contará com figuras influentes do mundo cripto, como Adam Back e Roger Ver. A descoberta pode ter um impacto significativo, já que Satoshi controla cerca de 1,1 milhão de BTC, avaliados em US$ 67,5 bilhões nos preços atuais. Teorias sobre a identidade de Nakamoto incluem Nick Szabo, Hal Finney e Craig Wright, mas um juiz britânico descartou Wright como o criador. O anúncio gerou discussões nas redes sociais sobre possíveis implicações e preocupações com a revelação. (link da notícia)
Fundador da Binance, Changpeng Zhao, promete novos investimentos em blockchain após ser solto da prisão
Changpeng Zhao, fundador da exchange de criptomoedas Binance, foi solto após cumprir 4 meses de prisão nos EUA por falhas que permitiram o uso da plataforma por criminosos. Em seus primeiros comentários públicos desde a libertação, Zhao prometeu continuar investindo em blockchain, inteligência artificial e biotecnologia como um investidor de longo prazo focado em impacto. Ele também anunciou que dedicará mais tempo e recursos para caridade e para seu novo empreendimento educacional sem fins lucrativos, a Giggle Academy. A Binance pagou uma multa de US$ 4,3 bilhões e Zhao uma multa pessoal de US$ 50 milhões, com a exchange agora sob monitoramento de conformidade do Departamento de Justiça dos EUA. (link da notícia)
EigenLayer libera transferências do token EIGEN e anuncia nova distribuição
EigenLayer, um dos principais protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) no ecossistema Ethereum, anunciou que a partir de 30 de setembro, os detentores do token EIGEN poderão transferi-lo e negociá-lo livremente pela primeira vez. Atualmente, mais de 100,5 milhões de EIGEN estão em staking no protocolo. O token EIGEN está valendo $3.55, com um market cap de US$662 milhões e já figura entre os 100 maiores criptoativos do mercado. Apesar do rápido crescimento, a EigenLayer enfrentou críticas após a primeira temporada de seu airdrop. Em resposta, o protocolo aumentou a alocação de tokens e anunciou a distribuição de 86 milhões de EIGEN para os usuários na segunda temporada. (link da notícia)
Glossário
• TVL (Total Value Locked): métrica que representa o valor total de ativos depositados e bloqueados em protocolos descentralizados de finanças (DeFi) e outros aplicativos baseados em blockchain.
• Halving: evento programado no protocolo do Bitcoin que reduz pela metade a recompensa de mineração a cada 210.000 blocos minerados, o que ocorre aproximadamente a cada 4 anos. O halving é um mecanismo deflacionário que controla a emissão de novos bitcoins e contribui para a escassez e valorização da criptomoeda a longo prazo.
• Altcoins: termo que engloba todas as criptomoedas e tokens alternativos ao Bitcoin. As altcoins abrangem uma ampla gama de projetos com diferentes propósitos, tecnologias e casos de uso, como Ethereum, Solana, Cardano, entre outras.
• DeFi (Decentralized Finance): ecossistema de aplicativos e protocolos financeiros construídos sobre redes blockchain, principalmente Ethereum, que buscam oferecer serviços financeiros de forma descentralizada. O DeFi engloba uma serviços como empréstimos, negociação de ativos, gestão de portfólio e seguros.