Juros, balanços e eleições
O ajuste na curva de juros norte-americana continua a afetar os mercados globais, enquanto investidores vão revisando suas posições, também de olho na temporada de balanços e no cenário de eleições presidenciais nos Estados Unidos. No Brasil também os resultados de Vale e Suzano ficam no radar, assim como o segundo turno das eleições municipais.
Estados Unidos:
Ontem os índices norte-americanos encerraram mistos sob a contínua discussão sobre a taxa de juros norte-americana. A economia norte-americana continua dando sinais de robustez e o mercado segue ajustando suas projeções de cortes, com os juros das Treasuries recuperando dos patamares mais baixos de um mês atrás. As eleições ganham força nas movimentações do mercado, com alguns investidores se posicionando para uma eventual vitória de Trump, com fiscal entrando no radar. Na temporada de balanços, os papéis da Starbucks recuam, após a companhia retirar seu guidance para 2025, depois de mais um trimestre complicado. As ações do McDonalds despencaram, sob rumores de bactérias em seus hamburguês. Mercado fica de olho nos resultados de Boeing, Coca-Cola e Tesla.
Mundo:
O mercado asiático fechou misto nesta madrugada. Na China, o pacote de estímulos segue trazendo discordâncias e agora governo propôs a criação de um fundo de estabilização do mercado de ações, alicerçado por uma emissão exclusiva de bonds chineses. Aliás, os juros dos bonds na região voltam a subir, seguindo o movimento da curva norte-americana. Também tivemos o FMI revisando suas projeções de crescimento global, com revisão para baixo no PIB chinês, mas otimismo com restante da Ásia emergente. Na Europa, o fraco crescimento econômico e a inflação abaixo de 2% elevam as discussões sobre acelerar o corte de juros para abaixo da taxa neutra, visando estimular a economia. No corporativo, a temporada de balanços segue fazendo preço.
Brasil:
O Ibovespa recuou 0,31% ontem, puxado pelo setor financeiro, além do cenário de juros em patamar maior que o esperado nos Estados Unidos. O dólar ficou em R$ 5,69, patamar ainda bastante estressado. Investidores locais se preparam para a temporada de balanços que começa esta semana, com grandes nomes como Vale, Suzano e Usiminas. O 3T24 deve trazer alguns desafios para as exportadoras, devido aos ajustes nos preços das commodities, mas o dólar mais forte pode ajudar. Por outro lado, devemos ver no geral resultados positivos, com ganhos de receita e lucro na comparação anual (veja relatório). No campo político, Lula participa virtualmente de reunião dos BRICs e congresso se prepara para as discussões sobre reforma tributária e projeto de novas regras para as emendas parlamentares.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) sobe, enquanto futuros em Wall Street estão tímidos e juros das Treasuries continuam a subir. Petróleo recua e commodities metálicas também. Bitcoin cai.