Incerteza reina e mercado reage
Fechando a semana de decisões de bancos centrais, mercados globais amanhecem em tom negativo nesta sexta, reagindo à percepção de que o cenário de guerra comercial global deve impactar os resultados das empresas e a confiança, levando a uma espiral de desaceleração do crescimento mundial. A aversão ao risco predomina e vemos ativos defensivos, como o ouro, ainda em patamar recorde. No Brasil, Orçamento é destaque.
Estados Unidos
As bolsas em Nova Iorque tiveram novamente dia negativo ontem e devem repetir a dose de pessimismo hoje, com a volta da volatilidade e aumento das incertezas prevalecendo nas decisões de investimentos. Mercado continua precificando os possíveis efeitos de uma guerra comercial na economia, o que poderia limitar a atuação do Fed e levar a uma contração na atividade. Confiança e expectativas já estão sendo revistas. O resultado da FedEx ontem, considerado um barômetro, contribuiu para esta perspectivas de lucros menores das empresas, já que a companhia sinalizou a possibilidade de pressão de margens por uma demanda que desacelera e continuidade na pressão de custos. A Nike também apontou preocupações com as tarifas nos seus resultados. Hoje, a agenda está esvaziada, exceto pela fala do dirigente do Fed de Nova Iorque.
Mundo
Tivemos um dia também negativo na Ásia esta madrugada, seguindo o observado em Wall Street. As ações de tecnologia pressionaram o Hang Seng, que recuou mais de 2%, devolvendo parte dos ganhos das últimas semanas. Na Europa, bolsas recuam nesta manhã, em semana marcada por decisões dos Bancos Centrais, que ressaltaram as preocupações com o risco inflacionário causado pelas tarifas. A União Europeia prometeu retaliação às imposições feitas por Trump que devem entrar em vigor no início de abril. Mercado revisa para cima suas projeções para a maior parte dos índices europeus no ano, corroborando um fluxo de capital positivo que já temos observado nos últimos meses (leia mais aqui). No corporativo, os papéis do setor aéreo recuam em bloco, após um incêndio nas redondezas do principal aeroporto da região ter forçado o cancelamento de diversos voos, causando disrupção no cronograma aéreo global.
Brasil
A bolsa brasileira encerrou de lado ontem, apesar da queda nos mercados externos, enquanto o dólar recuou a R$ 5,68. Localmente, mercado ainda se ajusta ao comunicado do Copom que ressaltou a preocupação com inflação e manteve o viés altista na análise. Ontem também foi aprovado o orçamento deste ano no Congresso, após meses de atraso. O texto prevê superavit de R$ 15 bi, com exclusão do pagamento dos precatórios do limite de gastos anual. Haddad defendeu a reforma do IR e a isenção para aqueles que ganham menos de R$ 5mil, desde que haja compensação. Os resultados da temporada de balanços também pode movimentar o mercado hoje, com números de Cyrela, Petz, Cemig e outras no radar.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) sobe, enquanto futuros em Nova Iorque recuam. Os juros das Treasuries estavam em queda, com o T-Bonds de 10 anos em 4,23%. O Bitcoin operava em US$ 83 mil. Nas commodities, o petróleo estava de lado, enquanto ouro segue no patamar de US$ 3 mil.