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Matheus Amaral

Publicado 13/ago5 min de leitura

Tudo que você precisa saber na Semana!

 

Abertura da semana

Você viu na newsletter passada e só se falouna semana passada sobre o receio de uma recessão nos Estados Unidos e os efeitos nos mercados globais, principalmente sobre a bolsa japonesa e ações de tecnologia. No final das contas, os mercados se recuperaram e vem mantendo o tom de recuperação, após os dados de pedidos de auxílio-desemprego terem vindo abaixo do esperado, o que foi bom, dado o exagero que o mercado deu ao payroll.

Enquanto o mercado forçou a barra para um corte de juros até mesmo emergencial e antes de setembro em algumas análises, o Fed parece estar focado mesmo no conjunto dos dados, sejam os de inflação e também os do mercado de trabalho, sendo que o primeiro segue acima da meta e o segundo em níveis saudáveis, apesar da tendência negativa, isso segundo falas de alguns dirigentes do Fed na semana passada. A luta contra a inflação ainda continua e os próximos dados como o CPI, PCE e Payroll seguem na esteira até setembro, até que o Fed decida sobre um corte de juros.

A semana começa em calmaria, mas teremos dados importantes e que o mercado ficará de olho como o CPI e PPI norte americanos no radar.

Wake me up when september "cuts"

Estamos nos aproximando de setembro e, sinceramente, minha vontade era ver o desempenho da Bolsa só depois da decisão do Fedna próxima reunião ou talvez, até que a inflação nos Estados Unidos volte para a meta de 2%, porque até lá, haja resiliência.

Nesta edição, falarei sobre a influência dos juros na bolsa e tomo a liberdade poética para mudar a o título da música “Wake me up when september ends” da banda de punk rock americana, Greenday, para “Wake me up when september cuts”, e acredito que seja autoexplicativo até aqui já que o foco dos investidores tem se voltado aos rumos da política monetária nos Estados Unidos, e como tudo indica, o corte pode vir em setembro.

O ciclo de juros versus o lucro das empresas nos EUA. Enquanto os EUA entram em um ciclo de alta de juros desde 2021 para combater a inflação, o S&P500 só bateu recordes desde lá. Contraintuitivo não é!? Mas teve um motivo, lucros em alta de companhias voltadas ao setor de tecnologia e inteligência artificial. E pelo menos a escola fundamentalista costuma estar certa de que o preço das ações reflete o lucro das companhias.

Nos Estados Unidos, o mercado está seguindo o rito que deveria seguir, lucros para cima ações para cima, independente do ciclo de juros. Mas o alerta parece ser esse, veja a distorção criada em que a curva de juros avançou de 2% para 5% (no gráfico está invertido) no ano passado e tem voltado para 4% este ano com expectativas de corte.

Pau que dá em Chico dá em Francisco? Oras, se lá fora o S&P tem seguido o lucro das empresas, por aqui a lógica deveria ser a mesma correto? Parece que não. O Ibovespa está de lado desde 2021, mas os lucros seguem avançando. E o nosso ciclo de juros até ajudou, caiu de 13,75% no ano passado para 10,5% hoje. Tínhamos tudo para estar batendo recordes também.

À espera do Investidor estrangeiro.Se no longo prazo o preço das ações costuma refletir o lucro das empresas, era de se esperar que a nossa bolsa estivesse hoje em outro patamar e não nos atuais 131 mil pontos.

Eles estão voltando. Se o problema era o juro americano... o aumento da expectativa de que o Feddeve mesmo cortar os juros em setembro trouxe um pouco de fluxo do investidor estrangeiro de volta para o Brasil. Desde julho, quando começamos a ver dados sobre a inflação nos EUA melhorarem, a curva por lá começou também a cair. Não por acaso, nossa bolsa acabou tendo as melhores performances mensais em julho e agosto.

E é por isso que volto ao início desta newsletter, por favor, wake me up when september cuts.

Como está a temporada de resultados?

A temporada de resultados do segundo trimestre para as empresas que compõe o Ibovespa está indo bem. Até agora 71% das companhias divulgaram os resultados e destas, 57% superaram as estimativas do mercado, 35% ficaram abaixo e 5% performaram em linha (considerando um range de 1% das expectativas para cima ou para baixo). Até agora, com a temporada ainda incompleta, os setores que estão se destacando são Utilities, Real Estate e Varejo. Além disso também reportaram bons números, os setores de saúde, Siderurgia e Mineração e Financeiro. Nesta news havíamos já destacado o bom desempenho esperado para estes segmentos.

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