Macroeconomia


O Mercado na Semana

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Gabriela Joubert

Publicado 17/nov

Pouso suave

A semana manteve o otimismo observado desde o início do mês, com os investidores precificando o fim do ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos o tão desejado pouso suave da economia. As bolsas lá fora subiram, enquanto os juros das Treasuries recuaram, com os juros das T-10 anos chegando a 4,4%. Aqui no Brasil, o fiscal ficou no radar dos investidores, que também digeriram o fato de que a economia local está desacelerando. Nem por isso a bolsa recuou. O Ibovespa avançou 3,3% na semana, com destaque para o subíndice de Consumo (ICON) que subiu mais de 5%, seguido pelo de Elétricas (IEE), avançando 4,7%. Na ponta mais branda, Real Estate (IFIX) e o Financeiro (IFNC) tiveram alta de 0,3% e 1,9%, respectivamente.

Brasil

No Brasil, o destaque da semana foi a consolidação dos dados de atividadereferentes ao mês de setembro. No geral, os dados setoriais indicam desaceleração da economia, o que foi confirmado pelo IBC-Br, o indicador do PIB do Banco Central, que registrou variação negativa em setembro, indicando um terceiro trimestre também negativo. Com isso, esperamos um PIB negativo de 0,5% no 3T23.

No lado político, o grande destaque ficou por conta da resolução, por ora, da incerteza fiscal para 2024, com o relator da LDO no Congresso confirmando que o governo manteve a meta de zerar o déficit em 2024. Com isso, volta-se a atenção à agenda política e as pautas que visam aumento da arrecadação, como PL do Offshore, Reforma Tributária, Subvenção do ICMS e tributação das apostas online, todas tramitando na próxima semana.

Internacional

No lado internacional, o grande destaque foi a divulgação do dado de inflação da economia americana para outubro, que registrou variação abaixo do esperado devido à forte queda nos preços de gasolina. Além disso, tivemos a divulgação dos dados de produção industrial e vendas no varejo e ambas apontam para uma desaceleração da atividade em outubro. Outro dado importante foram os pedidos de seguro-desemprego que vieram acima do antecipado, sugerindo um enfraquecimento do mercado de trabalho. Esses dados, em conjunto, reforçaram a visão dos mercados de que o banco central americano já encerrou o ciclo de alta na taxa de juros, e deu continuidade ao bom humor, favorecendo os ativos de risco.

Próxima semana

A próxima semana será esvaziada pelo feriado de Thanksgiving nos Estados Unidos, não havendo negociações na quinta e sexta-feira. Entretanto, destacamos a divulgação da ata da última reunião do FOMC, que deverá dar mais detalhes acerca do pensamento de seus membros para os próximos passos.


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