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Inter Strategy - Você não vai se aposentar!

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Gabriela Joubert

Publicado 02/dez

Assunto da semana: Você não vai se aposentar

Há algumas semanas, comentei no nosso fórum sobre as dificuldades que vemos a cada dia sobre o futuro da aposentadoria no nosso país. E fiz um post que parecia meio sensacionalista, mas que era verdade: muitos aqui não vão se aposentar.

E por que isso? A verdade é que está cada vez mais difícil de se aposentar. Com o envelhecimento da nossa população e considerando o nosso atual sistema de previdência social, temos cada vez mais pessoas aposentando e menos pessoas nascendo, o que torna o sistema previdenciário insustentável no longo prazo. Além disso, muitas pessoas hoje ainda não poupam o suficiente para garantir o mesmo patamar de vida quando aposentarem. A realidade fica aquém das expectativas. Muitos esperam não depender do INSS no futuro, mas a verdade é que 86% dos aposentados hoje dependem majoritariamente da previdência social. Vamos aprofundar um pouco mais sobre esse assunto?

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A falência da previdência social

Em julho deste ano, nosso time de macro divulgou um relatório completo sobre os problemas da previdência social e que hoje relembro aqui com vocês.

Primeiro, vamos falar da nossa população. Com o avanço das condições de vida no país, a nossa população tem vivido cada vez mais. Se lá em 1980 a expectativa de vida era de 62,5 ano, em 2021 o brasileiro médio vive cerca de 75,5 anos. Um excelente avanço, sem dúvidas! No entanto, esse avanço socioeconômico se vê também na constituição das famílias. Com a maior participação da mulher no mercado de trabalho e com custos cada vez mais elevados de se criar filhos, as famílias brasileiras são compostas de cada vez menos crianças. Se também em 1980 as famílias tinham cerca de quatro filhos, hoje a média caiu para menos de 2 filhos. Isto significa que o Brasil está em plena janela do bônus demográfico, momento em que há mais jovens que idosos ou crianças compondo a população e, portanto, a massa economicamente ativa está em pleno vapor.

O problema é que nossa janela demográfica está diminuindo. Nosso bônus demográfico está acontecendo antes do país enriquecer. Isso significa que no futuro, teremos muitos dependentes da previdência social, mas poucos trabalhadores contribuindo para o sistema.

Por conta disso, nosso sistema precisa passar constantemente por reformas e a cada reforma aumentam-se as restrições para se aposentar. Dentre estas restrições, podemos ver aumento da idade mínima para aposentadoria ou redução dos benefícios pagos, por exemplo. Em resumo, aquela tão sonhada aposentadoria pelo teto do INSS está se tornando um sonho cada vez mais distante.

O seu futuro em suas mãos

O último raio-x do investidor brasileiro divulgado pela Anbima no ano passado trouxe números animadores. O investidor brasileiro está, definitivamente, mais consciente do seu futuro. Entende da necessidade de não só poupar, mas também investir pensando no longo prazo. Quando falamos de previdência, vemos que apesar da maioria dos entrevistados ainda não ter começado a investir pensando no futuro, eles pretendem investir para a aposentadoria.

Expectativa versus realidade. Um outro ponto relevante da pesquisa é que metade dos não-aposentados informou que não espera depender da previdência social (INSS) quando se aposentar. No entanto, os números atuais mostram uma realidade bem diferente dessa expectativa. Cerca de 86% da população aposentada hoje depende majoritariamente do INSS como sua principal fonte de renda. Claro que isto considera o atual teto do INSS, com benefícios que chegam a pouco mais de R$ 7.700 hoje. Mas, como mostramos anteriormente, este teto pode ficar cada vez mais baixo, comparativamente falando. E esse percentual não varia muito entre as classes A/B, C e D/E. O que varia, na verdade, é que dentre as classes A/B, o percentual de indivíduos com previdência privada (complementar) aumenta.

Calma que nem tudo está perdido! Mas é preciso agir! O fato de termos consciência destes números nos ajuda a tomar a decisão que precisa ser tomada agora. Não dá para ficar esperando por reformas ou achando que teremos a vida toda pela frente para pensar no que fazer. Vale aqui lembrar de uma outra regra básica das finanças: o poder do dinheiro no tempo. Quanto antes começarmos, melhor!

Caso você ainda não esteja tão familiarizado assim, no blog do Inter temos muitos conteúdos sobre previdência privada para você tirar suas dúvidas, assim como vídeos no YouTube.

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