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Gabriela Joubert

Publicado 16/dez

Crack Spread

Neste ano vimos uma rápida aceleração dos níveis de preços das principais economias globais, refletindo em sua maioria a alta nos preços das commodities. Ainda que esteja em curso o processo de ajuste de preços frente à nova perspectiva de crescimento, o conflito no leste europeu entre Rússia e Ucrânia faz com que as commodities energéticas, especialmente o petróleo, ainda permaneçam em patamares elevados.

Por consequência, o mercado tem monitorado os níveis de estoques de petróleo e o nível de capacidade ociosa das refinarias visando evitar surpresas com uma possível escalada nos preços no curto prazo. Contudo, um indicador pouco mencionado e que forma a tríade a respeito do setor é o crack spread. Vem conferir!

O que é?

O petróleo é uma commodity da qual todos os países possuem certo grau de dependência e seu mercado é muito sensível a fatores geopolíticos. Para mais, o aumento da especulação por parte das instituições financeiras nesses mercados levou ao aumento da liquidez, mas também ampliou a volatilidade e a incerteza, fortalecendo a necessidade de proteções. Dessa forma, as refinarias negociam contratos futuros dos produtos derivados e bruto, visando dar previsibilidade e segurança às expectativas de lucros.

Esse processo de hedge forma o crack spread. Esse contrato consiste na diferença estimada entre o preço do produto refinado e o óleo cru. Alterações nas proporções desse indicador sinalizam mudanças na estrutura do mercado, como subsídios fiscais, crescimento econômico, oferta de petróleo ou mudanças na estrutura de custos das companhias.

Tipicamente, a relação clássica apresentada no processo de produção é 3:2:1. Grosso modo, três barris de petróleo são capazes de produzir dois barris de gasolina e um barril de óleo diesel. Logo, o spread pode ser calculado subtraindo o somatório do preço dos dois barris de gasolina e de óleo diesel pelo preço do barril de petróleo bruto.

Conforme abordado pela literatura empírica, esse indicador tem resultados equiparáveis aos próprios contratos futuros de petróleo como forma de explicar parte considerável dos movimentos da commodity. Dessa forma, se tem uma variável alternativa às convencionais como possível norteador dos movimentos nos níveis de preço da economia como um todo, e especialmente dos derivados da commodity em questão.

E aí, gostou? Fique ligado para mais dicas!


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