Cautela antes de Nvidia e IPCA-15
Dia amanhece sem grandes movimentações, com investidores internacionais tímidos, no aguardo dos números da Nvidia, além de dados macro como PIB e inflação que saem mais para o fim da semana. No Brasil, o foco fica por conta do IPCA-15 e as discussões sobre a reforma tributária.
Estados Unidos:
As bolsas fecharam mistas ontem, com Nasdaq recuando mais de 1%, puxada pelo setor de Tecnologia, enquanto S&P 500 e Dow Jones oscilaram próximos à estabilidade. Hoje, futuros apontam para um dia positivo, mas sem grandes volumes, com investidores no aguardo dos resultados de Nvidia, que saem amanhã, além do PIB e PCE ao longo da semana. Na temporada, apesar dos números, no geral, em linha com o esperado, quando se trata das Mag7, a realidade é um pouco decepcionante, e agora a cautela permanece quanto aos papeis da Nvidia, uma vez que estes têm funcionado como um termômetro do humor do mercado acionário. Mesmo que o resultado venha em linha com a expectativa, uma revisão de guidance para o ano poderia elevar o movimento de rotação setorial que temos visto até agora e até mesmo alguma correção no índice.
Mundo:
Na Ásia, o dia também foi de pouca movimentação, com os índices fechando sem direção definida. O lucro empresarial na China avançou 4,1% a/a, maior crescimento desde fevereiro deste ano, puxado pelos setores de tecnologia, refletindo o posicionamento do governo quanto ao impulsionamento no setor. No Japão, dados de inflação vieram em linha com esperado, suavizando pressão por mais aumento de juros pelo BoJ. Na Europa, as bolsas operam em terreno positivo, puxado pelas mineradoras, apesar dos volumes abaixo da média dos últimos 30 dias. Por lá, o destaque fica por conta da divergência de opinião entre os dirigentes do BCE quanto à possibilidade de novos cortes na reunião de setembro. No Reino Unido, a fraqueza dos dados de varejo e mercado de trabalho podem justificar uma aceleração na flexibilização da política monetária pelo BoE.
Brasil:
Revertendo o movimento da sexta, Petrobras e Vale recuperaram as perdas e foram a principal contribuição para o índice nesta segunda-feira, levando o Ibovespa a subir 0,94%, batendo novo recorde. O dólar subir para R$ 5,50. No campo corporativo, Vale anunciou Pimenta, atual CFO, como substituo de Bartolomeu ao fim do mandato como CEO. Na esfera política, a reforma tributária continua sob avaliação do Congresso. Gilmar Mendes suspendeu ontem o julgamento da cobrança de ITCMD sobre fundos VGBL e PGBL, sob o argumento de que ambos funcionam como seguro de vida e não herança. A CAE do Senado promove audiência pública sobre a reforma tributária com o setor imobiliário e da construção. Hoje, mercados esperam dados da construção e acompanham RCN e Galípolo em eventos, mas o principal foco fica pelo IPCA-15, com expectativa de avanço de 0,17% m/m.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) está estável, enquanto futuros em Nova Iorque ensaiam alta e os juros das Treasuries cedem levemente. As commodities estão mistas, com minério de ferro em forte alta, conforme começa período de estocagem na China, enquanto petróleo recua, depois da forte alta de ontem. Bitcoin recua nesta manhã.
O que esperar?
De olho no avanço da reforma tributária, mercado pode ter um dia ainda calmo, seguindo o exterior, enquanto monitora dados de inflação. Vale também deve ficar no radar, com anúncio do próximo CEO e com a alta do minério de ferro na China.