Otimismo global permanece, assim como discussão de juros no Brasil
As falas de Powell em Jackson Hole trouxeram uma clara mensagem de que o FED está pronto para cortar os juros em setembro. Com isso o otimismo tomou conta e as bolsas sobem globalmente. As commodities avançam, em meio aos receios dos conflitos no Oriente Médio e no Brasil, a discussão sobre os juros segue no radar.
Estados Unidos:
As falas de Powell em Jackson Hole confirmaram que o FED está pronto para cortar os juros em setembro e hoje, dando continuidade ao movimento observado sexta, futuros em Nova Iorque sobem, ainda tomados pelo otimismo global. O foco agora fica na divergência do mercado quanto ao tamanho dos cortes, com alguns precificando 0,5 p.p. já na reunião de setembro, o que poderia ser visto como uma interpretação de que a economia não está tão bem como esperado anteriormente. Ao mesmo tempo, o dólar segue perdendo força diante das demais moedas globais, recuando ao menor nível em 9 meses na semana passada. Na semana, teremos dados de bens duráveis, PIB e PCE (principal índice inflacionário acompanhado pelo FED) na sexta.
Mundo:
Na Ásia, a madrugada foi mista, com o Hang Seng, em Hong Kong, puxado pela forte recuperação do setor de Real Estate. Já na China, as bolsas fecharam sem direção definida, ao mesmo tempo em que investidores passam a revisar suas expectativas de crescimentos para a economia chinesa este ano, conforme os dados macroeconômicos vão mostrando a dificuldade local em ganhar tração. No Japão, o iene volta a ganhar força e fechou em maior patamar desde janeiro. Na Europa, as bolsas operam divergentes, mas o STOXX opera estável, com volumes reduzidos em razão do feriado no Reino Unido. Por lá também, crescem as expectativas de mais um corte de juros pelo BCE agora em setembro. O sentimento empresarial (IFO) na Alemanha bateu o pior nível desde fevereiro, indicando que a economia alemã está em crise.
Brasil:
Motivado pelo discurso de Powell em Jackson Hole, o Ibovespa também encerrou a sexta-feira em alta de 0,32%, aos 135.608 pontos, acumulando alta de 1,24% na semana. O dólar recuou a R$ 5,49. No mês, a bolsa brasileira já avança 6,23%, melhor desempenho mensal de 2024. Na contramão, Vale e Petrobras puxaram o índice para baixo, enquanto Bradesco, B3 e Lojas Renner foram as contribuições positivas. A seca no país preocupa quanto á tarifa de energia, o que pode pressionar também a inflação na frente. Hoje, temos boletim Focus e investidores acompanhando evolução das expectativas de inflação e juros. Fala de Galípolo fica no radar e saem também dados do Setor Externo e Balança Comercial, além de importante bateria de dados ao longo da semana, incluindo IPCA-15.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) tem leve alta, assim como os futuros em Nova Iorque. Já os juros das Treasuries recuam levemente. O Bitcoin recua, mas opera acima dos US$ 63 mil. Já para as commodities, o risco de escalada nos conflitos no Oriente Médio faz o petróleo avançar mais de 2% hoje, enquanto commodities metálicas também avançam, em especial minério de ferro.
O que esperar?
Mercado local pode ter um dia positivo tanto pelo bom humor nos mercados internacionais influenciando, como pela alta das commodities que podem beneficiar as exportadoras. Internamente, o Focus fica no radar, com as expectativas de inflação ainda influenciando o rumo dos juros no país.