*Ibovespa bate recorde com apetite global ao risco*
Após amanhecerem sem ânimo, as bolsas encerraram o dia em forte alta, apesar dos volumes mais reduzidos, com investidores otimistas quanto à flexibilização da política monetária nos Estados Unidos. O MSCI Global entregou sua nona alta seguida, com um maior otimismo elevando o apetite ao risco. No Brasil, Ibovespa bate novo recorde e ultrapassa os 135 mil pontos.
*Estados Unidos:*
As bolsas norte-americanas tiveram forte alta ontem, com todo os subsetores do S&P 500 encerrando em campo positivo, fazendo com que o índice engatasse seu oitavo dia consecutivo de alta, conforme o mercado vai precificando o início do ciclo de cortes de juros pelo FED. No entanto, os volumes mantiveram-se reduzidos, mediante cautela dos investidores antes de fala de Powell no Simpósio em Jackson Hole na sexta-feira. Os receios de uma reacelerada na inflação parecem ter se dissipado e a discussão entre uma possível recessão ou não na maior economia no mundo seguem como principal determinante para a magnitude dos cortes ao longo do ano, com quase 78% das apostas firmes nos 25 p.b. em setembro, mas variando entre cortes de 50 a 100 p.b. até o fim do ano. A agenda está vazia hoje e termos PMIs na quinta-feira.
*Mundo:*
Na Ásia, vimos um dia misto, com a maioria dos índices seguindo o otimismo de Nova Iorque, exceto pelas bolsas na China, onde os dados macro recentes mostram que será preciso novos estímulos para que a economia ganhe tração por lá. As taxas de longo prazo foram mantidas no atual patamar, conforme esperado. Ao mesmo tempo, o governo chinês anunciou a nova lista proibitiva de 2024, que inclui setores proibidos para investimento estrangeiro, aumentando barreiras de entrada na manufatura. Na Europa, o risco de uma desaceleração maior que o esperado na região também tem feito com que os investidores e BCs vislumbrem mais cortes nos juros à frente. No Corporativo, investidores seguem bullish com os resultados das empresas, com destaque para a indústria que vem sendo fortemente beneficiada pela evolução e o boom de AI.
*Brasil:*
Seguindo o bom-humor global, o Ibovespa subiu 1,36% ontem, batendo novo recorde, fechando em mais de 135 mil pontos. Ao mesmo tempo, o dólar perdeu força, encerrando em R$ 5,41. Dentre os contribuintes, as exportadoras tiveram comportamento misto, com Vale recuperando das perdas recentes e Petrobras recuando, seguindo a queda do petróleo. Bancos e varejistas tiveram dia positivo também. No macro, alguns agentes seguem precificando uma alta na Selic até o fim do ano, mas ontem RCN destacou que o cenário internacional tem melhorado e que, apesar deste pessimismo quanto aos juros pelo mercado, os economistas seguem precificando a Selic em mesmo nível até o fim do ano. Na agenda de hoje, mercado acompanha Haddad e RCN em evento.
*Abertura:*
Na abertura, o índice dólar (DXY) está estável, assim como futuros em Nova Iorque e os juros das Treasuries, com investidores em movimentos tímidos antes da fala de Powell na sexta. Commodities sobem, com destaque para as metálicas e o minério de ferro. Bitcoin avança nesta manhã.
*O que esperar?*
O Ibovespa pode ter mais um dia de alta, puxado pelas exportadoras, que podem ser beneficiadas pela alta das commodities, além do bom humor que tem ajudado a elevar o setor de varejo, e dar continuidade ao momentum positivo para os bancos. Falas de Haddad e RCN ficam no radar dos investidores.