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Bom dia, Inter! – 19/08/24

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Gabriela Joubert

Publicado 19/ago

BCs no radar dos investidores, antes de Jackson Hole

Mercados amanhecem de lado hoje, no aguardo de fala de Powell na sexta, além de números de atividade nos Estados Unidos. Mercado também espera fala de Kazuo Ueda, no Japão, e Galípolo e RCN aqui. Aliás, no Brasil, foco segue na esfera política com tramitação no Senado do texto da desoneração da folha. Commodities em queda também ficam no radar.

Estados Unidos:
Futuros amanhecem estáveis nesta segunda-feira, após uma semana positiva e de recuperação, com mercados no aguardo da ata do FOMC na quarta, juntamente com o relatório anual de revisão de dados do payroll, a ser divulgado pelo BLS (Bureau of Labor Statistics). Dados de mercado de trabalho são agora o foco dos investidores, após os números recentes mostrarem que a inflação segue controlada, reforçando as apostas de que o FED inicie seu ciclo de cortes em setembro. Alguns agentes passam a elevar suas apostas de uma recessão técnica nos Estados Unidos, o que faria com que o FED precisasse acelerar seu ritmo de cortes, mas a maioria segue dividida em cortes de 0,5 a 1,0 p.p. este ano. No radar da semana, teremos também os PMIs de Serviços e Manufatura, além de discurso de Jerome Powell no Simpósio de Jackson Hole na sexta-feira.

Mundo:
Na Ásia, as bolsas tiveram dia misto, com o Nikkei caindo quase 2%, enquanto o iene liderou os ganhos contra mais de 10 moedas globais, conforme os mercados aguardam a fala do presidente do BoJ, Kazuo Ueda, sobre o aumento de juros anunciado no mês passado e que trouxe estresse ao mercado. Alguns agentes ainda apostam em mais altas nos juros por lá, considerando o atual ritmo de inflação e atividade no país. Na China, o primeiro-ministro Li reforçou a necessidade de reformas e mais estímulos para alcançar os objetivos socioeconômicos para o ano. Já na Europa, as bolsas seguem firmes, depois da melhor performance semanal em três meses. Na temporada de balanços, as empresas, no geral, devem reportar pela primeira vez em cinco trimestres crescimento nos lucros, com estimativas de alta de 4,3% a/a.

Brasil:
O Ibovespa encerrou em queda de 0,15% na sexta, após oito sessões consecutivas de alta, mas acumulou ganhos de 2,54% na semana, enquanto o dólar recuou a R$ 5,48. No mês, o índice avança quase 5%, zerando as perdas do ano. Dentre as contribuições negativas para o índice ficaram os papéis da Vale e o setor bancário, com realização de Itau e Bradesco. Na ponta positiva, a Localiza avançou mais de 8%, recuperando parte das perdas da semana, assim como Petz, que fechou em alta de mais de 9%. Na esfera política, Senado pode votar essa semana o texto da desoneração da folha de pagamento, após resistência da semana passada a alguns pontos.

Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) recua e chega ao menor patamar desde março, enquanto futuros operam sem força em Nova Iorque e os juros das Treasuries operam sem direção definida nesta manhã. Dentre as commodities, petróleo recua em meio aos esforços dos EUA junto aos conflitos no Oriente Médio, apesar da escalada das tensões na Ucrânia. Minério de ferro cai, mas níquel sobe. Bitcoin recua e acumula queda de 10% no mês.

O que esperar?
Aqui, mercado monitora o relatório Focus e palestra de Galípolo, além de reunião de Lula com ministros. Mas os mercados internacionais de lado e as commodities em queda podem pressionar o índice brasileiro, com investidores também de olho nas movimentações no Congresso sobre reforma tributária e desoneração da folha.


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