*PPI melhor que esperado e aumenta expectativa com CPI hoje*
Mercados fecharam em alta ontem, beneficiados por um PPI nos Estados Unidos melhor que o esperado, corroborando as expectativas de cortes de juros pelo FED em setembro. No Brasil, a bolsa subiu com bancos mantendo o momentum positivo e o campo político fica em evidência com avanços na reforma tributária. Hoje, mercado olha CPI nos EUA e dados do Varejo aqui.
*Estados Unidos:*
Em Wall Street ontem, as bolsas tiveram um dia positivo, com S&P no quarto dia consecutivo de alta, ainda processando um PPI (inflação ao produtor) menor que o esperado, enquanto aguardam o CPI (inflação ao consumidor) hoje, que deve mostrar avanço de 0,2%. As expectativas seguem sendo de uma continuidade no processo desinflacionário, que levará o FED a iniciar o corte de juros já em setembro. A dúvida fica por conta da magnitude destes cortes, com as apostas oscilando entre 50 e 100 p.b. até o fim do ano. Dentre os destaques, o setor de tecnologia avançou 3%, enquanto as empresas de energia fecharam em campo negativo. A temporada de balanços vem ajudando, com as empresas reportando bons números, mas sinalizando desafios à frente. Hoje, mercados estão estáveis nesta manhã.
*Mundo:*
Na Ásia, as bolsas encerram em alta em sua maioria nesta madrugada, recuperando das perdas da semana passada. O BC neozelandês surpreendeu os mercados ao anunciar um corte de 25 p.b. nos juros, levando à correção generalizada na curva. No Japão, o dia foi de grande volatilidade, afetado pela notícia de que o atual primeiro-ministro, Fumio Kishida, não concorrerá para um segundo mandato como líder de seu partido. Na China, as bolsas caíram, com notícias de que a indústria siderúrgica esteja passando por uma situação ainda pior do que o observado em 2008 e 2015. Na Europa, os índices sobem nesta manhã, mantendo o momentum positivo influenciado pelo cenário de queda de juros. No Reino Único, a inflação surpreendeu, vindo abaixo do esperado, elevando apostas de cortes de juros pelo BC britânico.
*Brasil:*
Seguindo os pares internacionais, o Ibovespa encerrou ontem em alta de 0,98%, enquanto o dólar fechou em queda, em R$ 5,45. Nos destaques de alta, tivemos a Azul subindo 4%, seguida pelos bancos, em especial Itau e Bradesco. Na contramão, os papéis da Natura cederam mais de 9%, após a Avon entrar com Chapter 11 nos Estados Unidos (equivalente a recuperação judicial). Ontem tivemos dados de Serviços, que mostraram avanço de 1,7% em junho, acima do esperado, indicando que a atividade segue aquecida, o que poderia elevar as preocupações do Bacen quanto às pressões inflacionárias futuras. No campo político, o foco do Senado e da Câmara continua no avanço de pautas importantes, como a reforma tributária, e hoje o Senado pode votar o PL sobre a dívida dos estados, o projeto que trata a desoneração da folha. Na agenda, teremos dados do Varejo divulgados pelo IBGE.
*Abertura:*
Na abertura, o índice dólar (DXY) recua, enquanto futuros operam estáveis em Nova Iorque e os juros das Treasuries têm leve avanço antes do CPI. Commodities recuam, com destaque ao minério de ferro, em meio a temores de uma crise na indústria siderúrgica chinesa. Bitcoin tem leve avanço.
*O que esperar?*
Com mercado internacional em compasso de espera pelos dados de inflação nos Estados Unidos, podemos ter um dia volátil aqui, principalmente por conta da temporada de balanços e da pressão vinda das commodities nas exportadoras. Político também fica no radar, com agenda do Senado.