Mercados seguem operando sob cautela, mas arriscam posição favorecida pela possibilidade de início de cortes de juros nos Estados Unidos, enquanto esperam dados de inflação entre hoje e amanhã. No Brasil, a reforma tributária segue no foco, assim como resultados da temporada de balanços.

*Estados Unidos:*
As bolsas em Wall Street encerraram sem direção definida ontem, mas futuros indicam dia positivo hoje, com investidores se preparando para os dados de inflação, com PPI (inflação ao produtor) sendo divulgado hoje e CPI (inflação ao consumidor) saindo amanhã. Os juros das Treasuries recuaram, conforme investidores se posicionam para um cenário de inflação menor e, consequentemente, juros menores, uma vez que os dados mais recentes apontam para uma desaceleração na economia norte-americana, o que ajudaria a pavimentar o caminho para que o FED iniciasse seu ciclo de cortes já em setembro. Na direção oposta, no entanto, a recente alta do petróleo em reflexo à escalada dos conflitos no Oriente Médio coloca um ponto de atenção nas pressões inflacionárias futuras.

*Mundo:*
Na Ásia, tivemos uma madrugada com mercados em campo positivo. As ações japonesas subiram na volta do feriado e já estão de volta ao patamar de antes da fatídica segunda, enquanto o iene devolveu boa parte da valorização recente. A inflação ao produtor no Japão avançou na maior velocidade desde agosto.23, com maiores custos de importações. Na China, os índices subiram, em dia sem grandes movimentações, enquanto mercado de bonds acalma, após interferências do governo. Já na Europa, bolsas operam mistas, refletindo alguns dados macroeconômicos divulgados hoje, como o desemprego no Reino Unido que mostrou queda inesperada, além do índice ZEW na Alemanha, que manteve a rota de queda, reforçando a atual dificuldade do país em retomar o crescimento.

*Brasil:*
O Ibovespa encerrou a segunda-feira em alta de 0,38%, aos 131 mil pontos, puxado pela Petrobras que avançou seguindo a escalada nos preços do petróleo, além do desempenho positivo dos grandes bancos, com destaque para Itau e Bradesco. O dólar encerrou em queda, aos R$ 5,50. Na contramão, os papéis da Azul recuaram mais de 11%, após a divulgação de seus balanços (veja mais na Inter News de hoje). No campo político, a Câmara ontem aprovou o projeto de Hidrogêncio Verde e hoje pode votar o projeto de regulamentação da Reforma Tributária que trata do Comitê Gestor, enquanto a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado promove audiência pública para discutir o PLP da reforma tributária. Na agenda, teremos fala de RCN e Galípolo hoje e IBGE divulga dados do setor de serviços.

*Abertura:*
Na abertura, o índice dólar (DXY) tem leve alta, enquanto futuros em Wall Street sobem e juros das Treasuries operam mistos. Petróleo recua, mas ainda acumula alta no mês, acompanhando a escalada dos conflitos entre Irã e Israel. Minério de ferro sobe e commodities agrícolas cedem. Bitcoin opera estável.

*O que esperar?*
A bolsa local deve seguir atenta aos dados operacionais das empresas na temporada de balanços, mas também monitoram agenda política e falas de RCN e Galípolo. O PPI e o CPI nos Estados Unidos ficam no radar, juntamente com dados de Serviços divulgados hoje.