Semana começa com alívio, no aguardo de inflação
Mercados amanhecem menos pressionados, após o forte movimento de venda da semana passada e que levou à correção de praticamente todos os principais índices globais, conforme cenário de corte de juros pelo FED se consolida. Na China, minério de ferro vai abaixo de US$ 90/t. No Brasil, inflação fica no radar, assim como fiscal.
Estados Unidos:
Começando uma nova semana, futuros em Wall Street apontam para um dia de alta, após o forte movimento de queda da semana passada, com o Nasdaq já recuando quase 6% no mês e o S&P500, quase 5%. A forte correção do setor de tecnologia tem sido o principal ponto de pressão nos índices. Além disso, o mercado de bonds tem se mostrado dividido perante o ritmo de cortes de juros pelo FED, com apostas de que os recentes movimentos foram exagerados, o que abriria espaço para algumas correções, em especial considerando os dados de trabalho da semana passada. O payroll ainda forte (mesmo abaixo das expectativas) e taxa de desemprego desacelerando na margem corroboram para um corte de 25 p.b. na próxima reunião. Esta semana, mercado direciona o foco para dados de inflação, com CPI e PPI.
Mundo:
Na Ásia, as bolsas tiveram dia praticamente no negativo, com destaque para as bolsas chinesas que foram pressionadas por dados de inflação. O CPI arrefeceu ao menor nível em três anos, enquanto o PPI recuou 1,8% a/a, aumentando os pedidos de maiores estímulos para a economia e colocando em risco o objetivo de crescimento de 5% colocado pelo governo chinês para este ano. Na Europa, o foco fica por conta da decisão do BCE nesta quinta, que deve levar a taxa de juros a 3,5%, apesar das divergências entre os membros quanto a persistência da inflação, ainda em 4,2%. Apesar da inflação ainda longe da meta, o fraco consumo na região e dados mais fracos de atividade dão motivos para que o mercado acredite que o banco siga com a flexibilização de sua política monetária ao longo do ano.
Brasil:
Ibovespa seguiu Nova Iorque e recuou 1,41% na sexta-feira, enquanto o dólar avançou a R$ 5,60, após dados do payroll abaixo do esperado. Na semana, o Ibovespa acumulou perda de 1%, com desempenho relativo melhor que os pares. Nos destaques de queda, Embraer, com realização após a forte alta dos últimos dias, e Petrobras. Para esta semana, teremos dados de IPCA, possivelmente em território negativo. Mesmo assim, mercado ainda segue precificando alta para a Selic no ano, sob efeito da deterioração fiscal. No político, a Câmara faz semana de esforço para votação de pautas importantes, como a desoneração da folha de pagamento e PL complementar sobre a dívida dos estados com a União. Termina hoje o prazo dado pelo Supremo para proposta de maior transparência sobre as emendas parlamentares. Governo também discute com bancos formar de expandir o crédito imobiliário.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) avança, enquanto futuros em Wall Street operam em leve alta e os juros das Treasuries recuam. Minério de ferro vai abaixo de US$ 90/t com dados de menor consumo na China e petróleo avança. Bitcoin sobe 1,8% nesta manhã.
O que esperar?
Com commodities mistas no exterior, Ibovespa pode ter dia volátil, mas melhora do humor lá fora pode ajudar a elevar o índice por aqui. No radar, mercado monitora fiscal e agenda do governo, além de dados de inflação ao longo da semana.