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Bom dia, Inter! – 05/09/24

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Gabriela Joubert

Publicado 05/set

Ibovespa descola dos pares

Mercados globais operam estáveis nesta manhã, após uma semana de fortes movimentações, com investidores absorvendo os dados macro divulgados nas diversas regiões do globo, em especial nos Estados Unidos. Apostas de um ciclo de cortes mais agudo aumentam. No Brasil, fiscal continua no radar, mas Ibovespa descola dos pares e avança.

Estados Unidos:


Após uma semana intensa e de grande volatilidade, mercados hoje apontam para um dia mais tranquilo, seguindo o fechamento estável de ontem. As incertezas sobre a saúde da economia norte-americana continuam, enquanto investidores incorporam o cenário de ciclo de cortes juros à frente. Os dados recentes de mercado de trabalho e atividade, confirmados pelo livro bege do FED, mostram que a economia desacelera, o que reforçou as apostas de que cortes de até 100 p.b até o fim do ano, com alguns agentes já precificando um corte de 0,5 p.p. agora em setembro, mas o que poderia ser lido pelo restante do mercado com um sinal de que a situação possa ser pior do que se precifica. Mercado fica no aguardo do payroll amanhã. Do lado corporativo, Nvidia avança nesta manhã, e refuta que tenha sido intimada pelo governo por processo antitruste. Tesla também sobe no pré-market.

Mundo:


Tivemos dia misto na Ásia, com Nikkei recuando cerca de 1%, enquanto demais índices operaram perto da estabilidade. No Japão, salários surpreenderam positivamente e membros do BoJ seguem sinalizando possibilidade de nova alta nos juros. Iene voltou a subir. Na China, mais bancos cortam suas projeções de crescimento do PIB da segunda maior economia do mundo. Falando de Europa, bolsas também operam mistas nesta manhã, com as ações sentindo o impacto das incertezas macro tanto na região quanto nos EUA. Na Alemanha, pedidos fabris surpreenderam positivamente, enquanto números da construção divergem entre zona do euro e Reino Unido. Vendas ao varejo também ficaram estáveis em julho no continente. No corporativo, varejo de luxo e tecnologia recuam, assim como mineradoras, seguindo queda do minério de ferro.

Brasil:


Descolado dos pares, o Ibovespa subiu 1,31% ontem, beneficiado pelos dados do PIB e declarações de Haddad quanto às despesas do governo. O dólar ficou estável, em R$ 5,64. No destaque positivo, tivemos Embraer avançando quase 6%, juntamente com Grupo Pão de Açúcar. Os dados de atividade seguem surpreendendo positivamente, mas as incertezas quanto ao fiscal, com gastos do governo no cerne das discussões continuam pressionando a curva de juros e os prêmios locais, com mercado ainda precificando nova alta nos juros para este ano. Na agenda de hoje, teremos dados da balança comercial, números do Tesouro Nacional e desempenho do setor automotivo divulgado pela Anfavea.

Abertura:


Na abertura, o índice dólar (DXY) tem leve queda, enquanto futuros em Nova Iorque operam de lado e os juros das Treasuries recuam levemente. Nas commodities, minério de ferro cai, enquanto petróleo avança. Bitcoin cede 2%.

O que esperar?


A estabilidade nos mercados internacionais pode ajudar a conter a volatilidade por aqui que poderá ser causada pela divergência de sinais das commodities e seus efeitos nos papéis das exportadoras. Mercado fica de olho em falas do governo sobre fiscal.


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