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Vale | Produção e Prévias do 4T22

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Gabriela Joubert

Publicado 01/fev4 min de leitura

Vendas surpreendem, mas produção ainda patina

A Vale reportou na noite de ontem (31) seu relatório de Produção e Vendas referente ao 4T22, com desempenho de produção ainda prejudicado por diversos fatores, tais como paradas para manutenção nas operações de Metais Básicos e impacto de chuvas nas operações de Ferrosos. No entanto, as vendas foram beneficiadas por carrego de estoques do 3T22, avançando na comparação trimestral e ficando acima das nossas estimativas. No acumulado do ano, a companhia entregou um volume produzido abaixo do guidance em praticamente todas as operações, conforme já vinha sinalizando, com suas operações de Metais Básicos ainda em processo de reestruturação, passando por diversas paradas para ajustes tanto no Brasil quanto no Canadá, mas também por limitações na produção de Ferrosos, com impasses ainda em algumas licenças, condições climáticas, mas também por problemas ainda com jaspilitos no Sistema Norte. Para 2023, a companhia espera que a normalização de suas operações traga volumes maiores na comparação anual, com destaque para a expansão prevista na produção de Cobre.

Os prêmios de qualidade em Ferrosos contraíram no trimestre e ficaram em US$ 5,4/t ante os US$ 6,6/t do 3T22, resultado de dinâmicas de mercado mais favoráveis aos produtos de menor qualidade, mas também a menor participação do Sistema Norte na composição do portfólio e menor precificação de alguns contratos de pelotas.

Na noite de ontem também foi publicada a produção siderúrgica chinesa de dezembro, que fechou em 77,9 Mt, 4,5% maior m/m, totalizando 1.0 Bt no ano, pouco abaixo das nossas estimativas. A crise no setor imobiliário chinês tem limitado a demanda por produtos de aço e, consequentemente, a demanda por minério de ferro. Os estoques tanto da commodity quanto de produtos siderúrgicos no país tiveram leve alta e podem indicar um período ainda difícil à frente. 

Mantemos a cautela com relação à companhia, uma vez que vemos os papéis devidamente precificados no patamar atual e, com isso, seguimos com a recomendação Neutra, com preços-alvos de R$ 94/ação e US$ 18/ADR para o final de 2023.

Produção e Vendas do 4T22

Na operação de Minerais Ferrosos, a companhia trouxe números de produção mistos diante das nossas expectativas e abaixo do 3T22. O volume produzido de minério de ferro somou 80.852 kton, 9,9% menor t/t, mas 1,8% maior que nossos cálculos, com sistema Sudeste impactado pelas chuvas em MG e parada para manutenção em Alegria, além do desempenho do Sistema Norte ainda sofrendo com problemas na relação estéril/minério. As vendas, contudo, vieram acima do esperado, somando 83.165, computando carrego de vendas postergadas no 3T22, conforme comentado no release do último resultado. No ano, a companhia produziu 307 Mt, levemente abaixo da base do guidance e manteve as expectativas de produção entre 310 – 320 mt para 2023. Já para pelotas, vimos produção estável t/t, totalizando 8.261 kton, mas ficando abaixo do esperado para entregar o guidance previsto de 33Mt em 2022, uma vez que a companhia ainda teve paradas em Tubarão 7 e São Luis. As vendas registraram 8.789 kton, 3% maior t/t, mas também menor que nossas estimativas.

Em Metais Básicos, tanto a produção de níquel quanto de cobre ficou abaixo do que esperávamos e menor na comparação com o 3T22 e com o 4T21, com novas paradas para manutenção nas operações no Canadá, mas também em Onça Puma, que teve recuo de 25% t/t para níquel. No Cobre, o impacto maior veio das paradas para manutenção maiores que o esperado em Sossego e Salobo, que reduziram produção em 18% e 15% t/t, respectivamente. O Projeto Salobo III entrou em operação no 4T22 e deve adicionar de 30 - 40kton de capacidade à companhia, ficando em total operação a partir do 4T24.

Prévias 4T22

Com o nível de produção e vendas apresentado pela companhia no período, esperamos que a empresa traga receitas consolidadas de US$ 11.363 mm, beneficiadas pelos melhores volumes de vendas versus o 3T22 e preços estáveis na comparação trimestral, uma vez que a alta que vimos no preço do minério de ferro após o anúncio de reabertura da China será melhor observada apenas no 1T23. Os prêmios menores, sejam pelas condições de mercado ou pelo efeito da precificação de contratos de pelotas, devem refletir nos preços realizados da companhia. Com isso, esperamos receitas de Ferrosos em US$ 8,9 bi, 10% maior t/t. Para Metais Básicos, os maiores volumes de vendas e preços maiores na comparação trimestral devem levar a um avanço de cerca de 20% nas receitas da operação, somando US$ 2,4bi. O Custo Caixa C1 deve ter leve impacto de maior custo de terceiros e, com isso, devemos ver também o CPV aumentando, somando US$ 7,3 bi. Por fim, esperamos um EBITDA de US$4.948 mm, avanço de 35% t/t e 2,5% maior que o 4T21, com uma margem de 43,5%.


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