Custos pressionam margens para abaixo do nível histórico
Os resultados do 4T22 da Usiminas a serem divulgados amanhã devem mostrar pressão ainda de custos e um desempenho inferior na Mineração, limitando o avanço das receitas, assim como pressionando as margens da companhia. Com um fim de ano sazonalmente mais fraco, devemos ver queda de receitas em todos os segmentos da empresa, apesar de esperarmos entrega do guidance tanto na Siderurgia, com vendas totais de 950 kton, quanto na Mineração, com volumes de cerca de 8,5 mt. Com preços realizados mais baixos, esperamos que a empresa reporte uma Receita Líquida consolidada de R$ 7.098 mm, uma queda de 17% t/t e 13% a/a. Já os custos devem seguir pressionando as margens, o que deverá impingir em um EBITDA no trimestre de R$ 560 mm, queda significativa na comparação trimestral e ainda mais evidente ante os números recordes de 2021.
Com a parada para manutenção no Alto Forno iniciando em abril de 2023 e com expectativa de duração de 110 dias, devemos ver pressão ainda de custos para as operações da empresa, apesar da estocagem já efetuada. No campo da demanda, o setor automotivo deve contribuir para um aumento das vendas, conforme projeção de crescimento da Anfavea de 2% - 3% para o ano. Mantemos ainda uma visão positiva para a indústria, que segue resiliente, especialmente a linha amarela e o setor de Óleo&Gás. Já os segmentos de linha branca e construção são as incógnitas do ano, no aguardo de anúncios do novo governo. Assim, mantemos nosso TP YE23 em R$ 11/ação para USIM5, com recomendação Neutra.
Siderurgia. No trimestre, esperamos que a empresa reporte vendas de 955 kton de aço, ficando dentro do guidance de 850 - 950 kton, com retração de volumes no mercado doméstico e estabilidade nas exportações. Na comparação anual, devemos ver importante queda de volumes, especialmente considerando o processo de estocagem em 2021, que elevou o apetite por produtos de aço no período. Com relação aos preços, devemos ver queda na comparação trimestral, em razão das dinâmicas mais difíceis no período, mas este recuo poderá ser parcialmente compensado pela maior representatividade de produtos de maior valor agregado. Nas exportações, preços devem vir em linha t/t. No que tange os custos, devemos observar recuou do preço das placas, impactando menos no total, mantendo o CPV/t estável t/t.
Mineração. Esperamos produção mais fraca na Mineração para o trimestre, em linha com a sazonalidade esperada para o período, mas as vendas devem recuperar o percentual normalizado, vindo acima do observado no 3T22. Preços devem ficar em linha com o vistos no trimestre anterior e similares ao preço referência no mercado. Já os custos devem ter pressão com menor diluição de custos fixo por conta da menor produção, bem como despesas com frete, que apesar de menor t/t, ainda seguem elevadas.