Renda Variável


Usiminas | Prévias 3T22

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Gabriela Joubert

Publicado 26/out5 min de leitura

Receitas em queda e margens comprimidas

Os resultados do 3T22 da Usiminas devem trazer receitas menores e margens comprimidas, tanto na comparação trimestral quanto na anual, em reflexo aos custos ainda elevados de insumos, além de volumes menores de vendas. A mineração também deve reportar receitas menores, seguindo os preços e prêmios mais baixos no cenário externo para o minério de ferro. Esperamos um EBITDA no 3T22 em R$ 1.040 mm, 46% menor que o 2T22, e margem de 13%, 9,4 p.p. abaixo do trimestre anterior.

No geral, vemos demanda ainda resiliente para a siderurgia, que deve ser compensada por preços mais baixos, espelhando cenário de menor demanda global e spread metálico menor. A parada do alto-forno 3 em Ipatinga, bem como as reformas previstas para as coquerias devem impactar os custos da empresa, pressionando as margens e o capital de giro ao longo de 2023, mesmo em cenário de custos de insumos e inflação arrefecendo. Na Mineração, as incertezas quanto à situação econômica e a crise imobiliária na China e seus efeitos na demanda por aço no país seguem poluindo a visão para 2023, limitando a contribuição do segmento para os resultados da empresa. Mantemos nosso TP YE23 em R$ 11/ação para USIM5, com recomendação Neutra.

Siderurgia. No trimestre, esperamos que a empresa reporte vendas de 1.002 kton de aço, ficando dentro do guidance de 950 – 1.050 kton, com retração de volumes tanto no mercado doméstico quanto nas exportações. A comparação anual também deve ser menor, especialmente considerando o processo de estocagem em 2021, que elevou o apetite por produtos de aço no período. Com relação aos preços, devemos ver início de pressão nas distribuidoras, por conta da queda dos preços de aço nos mercados internacionais, mas ainda não tão evidente neste trimestre. Nas exportações, apesar dos preços mais baixos, devemos ver preços realizados melhores t/t, refletindo um mix de produtos mais favorável. Na linha de custos, este trimestre deve mostrar o pico dos problemas com a coqueria e o pico na linha de custos da Usiminas. 

Esperamos forte expansão nos custos com insumos, em especial placas, coque e combustível, o que deve pressionar as margens no segmento.

Mineração. Com volumes produzidos em linha, esperamos vendas também próximas ao observado no 2T22. Contudo, preços mais baixos do minério de ferro nos mercados internacionais, bem como prêmios mais baixos para qualidade e descontos mais elevados para contaminantes devem impactar negativamente as receitas do segmento, que, em nossos cálculos, devem vir 24% menor t/t, em R$ 878 mm.

Por fim, esperamos que a Receita Líquida consolidada da empresa some R$ 7.853 mm, 7,9% menor t/t e 13% abaixo do reportado no 3T21 (2,8% menor que o consenso). Vemos um EBITDA totalizando R$ 1.040 mm, em linha com o consenso, mas 46% menor que o 2T22.


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