Reajustes ainda não compensaram alta sinistralidade, mas mostram o caminho.
A Sulamérica reportou um resultado abaixo da nossa expectativa, com lucro líquido de R$ 49,2 milhões (-82,5% a/a e -67,3% Inter Research). Seu resultado continua sendo pressionado pela persistente sinistralidade elevada, que continua refletindo o cenário adverso no ramo de saúde com alta frequência dos procedimentos, que estão maiores que o pré-pandemia, segundo a companhia. Mesmo observando crescimento de 16% a/a nas receitas vindo da aplicação do reajuste de preços, do crescimento de beneficiários e do acréscimo da Sompo Saúde ao resultado, a companhia ainda enfrenta um cenário adverso na comparação anual, mas se compararmos ao 2T22, os reajustes podem começar a contribuir para uma recuperação nos próximos trimestres. A Sulamérica mostrou avanço de 9,1% a/a no número de beneficiários com destaques ao crescimento em planos coletivos em PMEs (+11,2% a/a) e Empresarial (+20% a/a) e também destacamos a expansão da estratégia de mid-ticket onde na Sulamérica Direto reportou 82 mil beneficiários (+97,6% a/a), mas que por outro lado o ticket é mais baixo ante a maior parte do seu porfólio. Neste trimestre o Cade aprovou sem restrições a incorporação da Sulamérica para a Rede D’Or, que consideramos um fator positivo para aprovação dos órgãos restantes (ANS e BCB). Mantemos nossa recomendação Neutra para a Sulamérica (SULA11) com preço-alvo de R$ 29/Unit.
Saúde e Odonto | Sinistros ainda pressionam. O segmento de Saúde e Odonto reportou margem bruta de R$ 202,2 milhões (-45,2% a/a e +48,7% t/t) com resultado demonstrando boa evolução das receitas avançando 17,4% a/a totalizando R$ 5.737,1 com forte evolução nos planos coletivos de 18,7% a/a refletindo os reajustes de preços, crescimento de beneficiários e aquisição da Sompo, o que resultou no total de 4.852 mil vidas (+9,1% a/a e +2,6% t/t) no 3T22 vindo principalmente dos segmentos empresarial (+11,2% a/a) e PME (+20% a/a). Por outro lado, as despesas operacionais seguem avançando e pioraram 22% a/a totalizando R$ 5.504,7 milhões, pressionada pela alta sinistralidade que registrou taxa de 88,3%, piora de 9,4 p.p. a/a refletindo um cenário ainda adverso para o setor com patamar elevado de frequências e severidade nos sinistros. Neste sentido, esperamos que os reajustes de preço no portfólio comecem a compensar os altos custos com sinistros nos próximos trimestres.
Vida e Previdência | Normalizando resultados. O segmento de Vida e Previdência reportou margem bruta de R$ 24,1 milhões revertendo o prejuízo do 3T21 e caindo 58,3% t/t, beneficiado pela recuperação na sinistralidade após o controle de óbitos por covid-19, que registrou taxa de 50,8% no 3T22 vs 102,1% no 3T21. As receitas operacionais totalizaram R$ 353,5 milhões (+11,8% a/a) com avanço de 15% em seguros e 9% em previdência, seguindo a tendência de recuperação da retomada de vendas no seguro viagem e bom desempenho no produto VGBL.
Gestão e Administração de Ativos | Avançando em AuM. O segmento de Asset Management reportou margem bruta de R$ 15 milhões (+18,8% a/a) com as receitas com taxa de administração avançando 5,6% a/a refletindo o recorde de R$ 54,6 bilhões em ativos sob gestão (+29,7% a/a) com maior expansão de ativos de terceiros representando 65,6% da carteira.
Despesas Administrativas e resultado financeiro | Boa eficiência e evolução da rentabilidade dos investimentos. As despesas administrativas reportaram saldo de R$ 363,7 milhões com melhora de 10,7% a/a refletindo esforços por ganho de eficiência da companhia, principalmente na redução em serviços de terceiros e publicidade e propaganda. Com isso o ratio despesas/receitas foi um dos menores registrando 6% no 3T22. O resultado financeiro mostrou significativa melhora frente ao ano passado, mas evoluiu pouco t/t com avanço de 80,8% a/a e 3,1% t/t totalizando R$ 200,5 milhões em função do maior retorno sob a carteira de investimentos que tem como principal indexador a taxa Selic (69% da carteira em ativos indexados à Selic/CDI).
Avanços em ESG
Não houve menção de entrada em índices ou prêmios relacionados à agenda ESG no período.
Não houve menção sobre avanços de medidas ambientais no período.
O Instituto Sulamérica lançou o movimento #BemAmarelo, uma mobilização social com intuito de reforçar a importância da saúde emocional como forma de prevenção ao suicídio. A iniciativa oferece acesso gratuito a serviços de cuidado, com teleconsultas com médicos e psicólogos em parceria com a Docway durante 6 meses.
A Sulamérica Investimentos aderiu ao Código Brasileiro de Stewardship, que possui como compromisso incorporar aspectos ESG na estratégia da gestora de ativos.