Resultado recorde indica tendência positiva pela frente. Alteramos nosso preço-alvo
A Porto Seguro reportou um resultado acima da nossa expectativa, com lucro líquido de R$ 555,6 milhões (+87,6% a/a e +102% Inter Research) e ROAE de 21,6% (+2 p.p. a/a e +9 p.p. Inter Research). Este foi o melhor resultado trimestral da história da Porto, que foi impulsionado pelo forte avanço das receitas (+31,1% a/a) com todas as verticais contribuindo double digit em faturamento, onde destacamos a Porto Seguro com o ramo Auto, principal fonte de receita da companhia, refletindo o reajuste de preços ocorrido no produto. Vale também destacar a boa redução da sinistralidade na Porto Seguro para 52,5% vs 55,8% no 4T21 e 57,2% no 3T22, em função do reajuste nas tarifas para fazer frente ao elevado valor dos veículos indenizados e peças de reparação. Na Porto Saúde, o resultado foi mais fraco na comparação anual, mesmo com crescimento na base de beneficiários e das receitas, causado pela maior sinistralidade versus o 4T21. Já na Porto Bank, mesmo com a maior inadimplência e maior PCLD no período, a vertical apresentou ROAE de 42,3% no 4T22 dado o forte crescimento de receitas com intermediação financeira.
No geral a Porto Seguro mostrou ótimo desempenho que deve continuar sendo suportado pelo crescimento das receitas na vertical de seguros e demais verticais em crescimento, além de um resultado financeiro que deve continuar beneficiado pela alta taxa de juros no mercado. Aproveitamos os recentes resultados para atualizar nossas premissas para a companhia e alteramos nosso preço-alvo, mantendo nossa recomendação de Compra para a PSSA3 com preço-alvo de R$ 31.
Porto Seguro | Avanço das receitas via reajustes e aumento de base mais que compensou sinistros elevados derrubando a sinistralidade. A Porto Seguro reportou lucro líquido de R$ 408,5 milhões (+75,7% a/a) com ROAE de 41,3% (+18,3 p.p. a/a) na vertical, beneficiado pela melhora do índice combinado que mostrou redução tanto em sinistralidade, quanto em comercialização e despesas administrativas, mas que também foram reflexo do forte avanço das receitas com o reajuste das apólices para fazer frente ao elevado custo com sinistro, que mostrou taxa de sinistralidade de 52,5% no 4T22 uma melhora de 3,3 p.p. a/a e 4,7 p.p. t/t, que favoreceu o índice combinado para atingir nível de 89,6% (melhora de 3,5 p.p. a/a). A vertical de seguros tem mantido um bom nível de prêmios emitidos que totalizaram R$ 5,31 bilhões com contratos ativos avançando em 400 mil a/a para 12,80 milhões, mostrando resiliência mesmo com o reajuste da precificação.
Porto Saúde | Sinistralidade elevada ainda persiste. A vertical de saúde reportou lucro líquido de R$ 36,5 milhões (-13,5% a/a) e ROAE de 26,3% (-9,4 p.p. a/a) com desempenho mais fraco ocasionado pela maior sinistralidade de 80,8% (+2,7 p.p. a/a), onde estimamos que o cenário ainda continuar de elevados procedimentos eletivos, o que compensou o bom avanço da receita de 39% a/a vindo do incremente de 64 mil vidas no seguro saúde (+18% a/a) atingindo 413 mil vidas. Esperamos uma retomada na lucratividade e na rentabilidade da vertical, que deve contar com o crescimento de receitas para fazer frente à persistente sinistralidade em níveis de 80%.
Porto Bank | Boa evolução nas receitas e inadimplência segue avançando, mas abaixo do mercado. Na vertical financeira o lucro líquido foi de R$ 157,6 milhões (+20,5% a/a) e um pujante ROAE de 42,3% (+4 p.p. a/a), que foi beneficiado pelo forte crescimento da receita de com crédito e financiamento de 31,3% a/a, acompanhado de um crescimento das unidades de cartão de crédito de 4,9% a/a para 2.995 mil no 4T22 e de 5,6% a/a no número de clientes de financiamento registrando 126 mil. Dado o cenário de crédito com maior inadimplência principalmente em linhas sem garantia como o cartão de crédito e crédito pessoal, além de financiamento a veículos, onde a Porto Bank possui alta concentração, sua inadimplência continua evoluindo, mas ligeiramente abaixo do mercado, com taxa de 7,1% (+20 bps t/t), com um índice de cobertura de 118% e um ritmo de custo do crédito praticamente estável em 60% das receitas de intermediação financeira, representando 13,8% da carteira de crédito, um avanço de 4,9 p.p. a/a, onde entendemos que a vertical tem feito os ajustes necessários para o cenário.