Reprecificação mantendo efeitos positivos
A Porto Seguro reportou um lucro líquido de R$ 332,8 milhões (+90% a/a e -50% Inter Research) com ROAE de 12,4% (+5 p.p. a/a e -8 p.p. Inter Research). Apesar de abaixo das nossas expectativas, o resultado foi robusto e trouxe mais um recorde para um primeiro trimestre da companhia, com forte crescimento nas receitas em todas as verticais, sendo no ramo auto um reflexo da reprecificação dos produtos e aceleração de vendas em algumas praças. As despesas com sinistros seguem pressionadas, mas o avanço das receitas segue trazendo melhora na sinistralidade, mesmo com a pressão das chuvas no litoral ocorrida no início do ano. Nas demais verticais a Porto segue mantendo forte crescimento em receitas e lucratividade, destaque para a melhora na sinistralidade da Porto Saúde. Por outro lado, a Porto Bank segue sentindo efeitos de um cenário de maior inadimplência, pressionando a PDD e mais restritivo na originação de crédito. Mantemos nossa recomendação de Compra para PSSA3, com preço-alvo em R$ 31,00 FY23 e seguimos confiantes em resultados ainda fortes nos próximos trimestres, direcionados principalmente pelo ramo auto com a adequação de preços nos produtos.
Porto Seguro | Adequação de preços ao cenário segue surtindo efeito positivo nos prêmios e melhora sinistralidade. A vertical de seguros reportou lucro líquido de R$ 343,5 milhões (+369% a/a) com ROAE de 29,2% (+21,5 p.p. a/a). Os principais vetores para o resultado foram: i) crescimento de 25,5% a/a nos prêmios emitidos decorrentes da reprecificação dos produtos; ii) melhora de 8,2 p.p. na sinistralidade registrando 58,7% vindo da adequação das tarifas, reprecificação de apólices e tendência de redução no preço de semi-novos e iii) avanço de 35,9% do resultado financeiro vindo do melhor retorno das aplicações financeiras.
Porto Saúde | Crescimento em beneficiários e receita e sinistralidade indicando tendência de melhora desde o pico no 3T22. A vertical de saúde reportou lucro líquido de R$ 42,5 milhões (+19,3% a/a) e ROAE de 24,6% (-3,8 p.p. a/a). Os principais vetores para o resultado foram: i) forte crescimento de beneficiários de 16% com avanço pelo 10º mês consecutivo, atingindo 427 mil vidas cobertas; ii) aumento de 33% a/a no faturamento refletindo o avanço no número de beneficiários e ajustes de precificação dos planos. Mesmo com crescimento da receita a sinistralidade mostrou piora de 1,8 p.p. do indicador de sinistralidade em saúde, registrando 78,7%, mas na comparação trimestral a tendência mostra melhora, caindo 11,6 p.p. desde o pico no 3T22, refletindo ajuste de precificação da carteira empresarial e PME.
Porto Bank | Cenário macro ainda pressiona custos e inadimplência. Na vertical financeira o lucro líquido foi de R$ 61,7 milhões (-12,2% a/a) e ROAE de 16,7% (-12,2 p.p. a/a). O desempenho mais fraco neste trimestre foi decorrente de maior pressão no custo de captação com a taxa Selic em nível elevado e também com maiores despesas com PDD devido ao cenário macroeconômico ainda desafiador. A carteira de crédito cresceu 16,3% a/a, mas retraiu na comparação trimestral refletindo o ambiente mais restritivo com a inadimplência reportando taxa de 7,5% (+0,4 p.p. t/t e +1,9 p.p. a/a). Pressionada pelo avanço da Inadimplência a Porto Bank registrou um custo do risco (PDD/Receita) de 93% aumento de 20 p.p. a/a, mantendo o índice de cobertura em 120% (+2 p.p. t/t e +3 p.p. a/a). Apesar do cenário desafiador, vemos a Porto Bank crescendo de maneira saudável mantendo uma inadimplência que reflete do cenário macroeconômico, apesar disso, o fato de possuir alta exposição a linhas de crédito mais arriscadas como crédito pessoal e cartão de crédito, mantém a vertical ainda sob pressão.