Renda Variável


Klabin | Resultado 4T22

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Gabriela Joubert

Publicado 08/fev

Resultados em linha, com papel pesando negativamente

Conforme antecipado, os resultados da Klabin para o 4T22 foram afetados por dinâmicas mais apertadas em todas as linhas de negócios, bem como paradas em algumas de suas operações, o que limitou, em partes, o volume produzido e disponibilizado em alguns segmentos. No geral, a companhia trouxe números em linha com nossas expectativas, com receitas consolidadas somando R$ 5.083 mm, antes R$ 5.027 mm projetados pelo Inter Research, com a receitas de papéis e embalagens apresentando maior recuo, em razão da sazonalidade do quarto trimestre, mas também à uma demanda mais enfraquecida nos mercados internacionais. Apesar da alta dos insumos ainda pesar sobre os custos, vimos estes mais comportados no trimestre. Mesmo assim, o EBITDA reportou uma queda ante o 3T22 de 18%, encerrando em R$ 1.905 mm (versus R$ 1.895 de nossas estimativas). Apesar do trimestre mais desafiador, ainda vemos a Klabin bem-posicionada para enfrentar as possíveis adversidades de uma economia global em desaceleração, o que pode refletir na demanda e, consequentemente, preços das commodities em geral, limitando avanços mais significativos nas receitas. Sendo assim, reiteramos nossa recomendação de Compra para KLBN11, com TP YE23 em R$ 29/unit.

Resultado Consolidado: paradas não-programadas afetam produção, mas preços ainda compensam. A produção no 4T22 somou 1.009 kton (-4% t/t e -4% a/a), refletindo, principalmente paradas para manutenção não-programada em Ortigueira (Puma I) e parada programada na máquina de papel em Otacilio Costa. No acumulado do ano, entretanto, a produção totalizou 4.023 kton, reflexo da entrada da MP27, que acabou compensando os volumes menores de paradas ao longo de 2022, uma vez que a companhia não teve paradas em 2021. As vendas totalizaram 928 kton, 9% menor que o 3T22, com retração de vendas em todas as linhas. No acumulado do ano, o volume vendido teve avanço de 1%, com volume adicional da MP27. A receita líquida consolidada totalizou R$ 5.083 mm, 1,1% acima das nossas projeções, mas 7% menor que o 3T22 e 11% acima do 4T21, com o avanço anual explicado pelo maior volume, mas também pelo avanço anual de preços. Seguindo a alta dos insumos, os custos novamente pesaram nos resultados, impactados pelos maiores preços especialmente em combustível e químicos, com destaque para soda cáustica, além do já esperado maior dispêndio com fibras, devido à maior participação de madeira de terceiros. Por fim, o EBITDA ajustado da companhia registrou R$ 1.905 mm no trimestre, em linha com nossas expectativas, mas 18% menor t/t (+1% a/a). A margem EBITDA ficou em 37,5%, contra 38% das nossas projeções.

Endividamento e Resultado Líquido. A dívida bruta da Klabin encerrou o trimestre em R$ 27,5 bi, enquanto a dívida líquida ficou em R$ 21,0 bi. O endividamento, medido pela Dívida Líquida/EBITDA, se manteve em 2,7x em reais e 2,7x em dólar. O custo da dívida em moeda local da companhia recuou para 10,8%, e ficou em 5,2% em outras moedas. O prazo médio também caiu para 109 meses. Com relação ao resultado financeiro, as despesas somaram R$ 208 mm, ante receitas de R$ 154 mm e impacto positivo de R$ 315 mm por variação cambial, compensada por impacto negativo de R$ 581 mm de hedge. Assim, o resultado financeiro fechou negativo em R$ 31 mm. A Klabin reportou um lucro líquido no trimestre de R$ 790 mm ante R$ 1.919 mm no 3T22. O Fluxo de Caixa Ajustado da companhia (excluindo investimentos em novos projetos e dividendos) somou R$ 1.753 mm. Por fim, a Klabin anunciou novo pagamento de dividendos, no montante de R$ 345 mm, traduzindo-se em R$ 0,3135/unit, a serem pagos em 24/02/23, ficando ex em 14/02/23.

Celulose: parada prejudica volumes, mas preços compensam. Apesar da cautela nas negociações nos mercados chineses, enquanto clientes aguardam sinais melhores sobre a recuperação da demanda no país, os preços no trimestre ainda seguiram em patamares elevados, o que parcialmente compensou a queda de volumes vendidos no t/t. Contudo, já esperamos preços mais baixos para 2023, advindo da pressão de novas capacidades entrando no 1S23. A receita de celulose fechou em R$ 1.821 mm, 10% menor t/t, mas 18% maior a/a, conforme vimos evolução significativa do preço das fibras nos mercados internacionais. O custo caixa da celulose, que ficou em US$ 255/t (R$ 1.338/t) versus US$ 270/t no trimestre anterior, seguiu impactado pelos altos preços de insumos, como químicos e combustíveis, e pela maior participação de madeira de terceiros. Entretanto, o efeito não foi suficiente para tirar o brilho da operação que reportou EBITDA recorde em R$ 1.208 mm.

Papéis e Embalagens: Desaceleração global pressiona preços. A produção total de papéis somou 615 kton no trimestre, 3% menor t/t, por conta da parada em Otacilio Costa, mas com avanço no total de 9% versus 2021, somando 2.436 kton, em razão da entrada da MP27. O mercado de kraftliner teve forte desaceleração tanto de demanda quanto de preços, refletindo cenário mais ácido nos Estados Unidos. Com isso a companhia ajustou sua produção, reduzindo inclusive o volume de reciclados. As vendas de caixas de P.O. também tiveram um baque, caindo 12% t/t, refletindo menor demanda no segmento de frutas e menor exportação de proteínas, grandes clientes da empresa. Assim, as receitas de Papel somaram R$ 1.549 mm, 8% abaixo do 3T22, enquanto em Embalagens vimos receitas de R$ 1.544 mm, recuou também de 8% t/t.

Avanços em ESG

Pelo terceiro ano consecutivo, a Klabin listou no Índice Global de Sustentabilidade Dow Jones. Ficou também entre as 12 empresas globais na lista Triple A do CDP. Por fim, entrou, pelo 10º ano consecutivo, no ISE da B3.

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Fonte: RI da Companhia e Inter

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