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Klabin | Resultado 2T22

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Gabriela Joubert

Publicado 27/jul5 min de leitura

A Klabin reportou um resultado positivo para o trimestre, com avanços importantes no top line, minimizando os efeitos de custos ainda elevados, conforme esperado. Vimos boa evolução nas receitas de celulose, beneficiadas pela alta dos preços em virtude do desbalanceamento entre oferta e demanda nos mercados internacionais. Também como esperado, vimos o segmento de papel impactado pela parada para manutenção em Monte Alegra, a qual reduziu a disponibilidade de papel cartão. Contudo, o efeito não foi o suficiente para impactar em grande magnitude as receitas consolidadas da companhia, as quais vieram 5% acima das nossas projeções, em R$ 5.039 mm, e 14% maior que o 1T22. Com custos pesando, a margem EBITDA Ajustada teve compressão tanto na base trimestral quanto anual, ficando em 37%, apesar da expansão em números absolutos, somando R$ 1.843 mm. Entendemos que a Klabin segue com resultados resilientes, apesar das adversidades, mantendo bom ritmo de entregas. Vemos custos ainda pesando nos resultados, mas o cenário ainda benéfico para celulose e estável em patamar elevado para papéis e embalagens devem contribuir para minimizar estes efeitos ao longo do ano. Sendo assim, reiteramos nossa recomendação de Compra para KLBN11, com TP YE22 em R$ 32/unit.

Ao longo do trimestre, a companhia anunciou o Projeto Figueira, nova unidade de papelão ondulado que visa adicionar 240 kton de capacidade anual à Klabin e com investimento estimado de R$ 1,57 bi, com startup previsto para o 2S23. Além disso, a companhia efetuou a 14a emissão de Debêntures, vinculada a CRAs, no valor de R$ 2,5 bi, com prazo de 12 anos e custo de 5,2%.

Agenda ESG. Em razão do seu comprometimento com a agenda de Sustentabilidade, sua evolução nas entregas dos desafios propostos e aderência aos fundamentos que regem o setor, incluímos a companhia em nosso monitoramento ESG, concedendo à Klabin o Selo Inter ESG. Nos destaques do trimestre, a companhia divulgou seu Relatório de Sustentabilidade 2021, além da inauguração do Painel ASG, consolidando todos os dados e evolução das métricas da companhia. Destaque também para o avanço na presença de mulheres na liderança, que agora representam 21,4% do total, ante 13,5% em 2020. Por fim, a companhia divulgou sua Política de Proteção à Vida, programa relacionado à segurança de seus trabalhadores.

Resultado Consolidado: receitas seguem avançando, mas custos também. A produção no 1T22 somou 1.002 kton (+5% t/t e +4% a/a), refletindo (i) o volume adicional da MP27, do Puma II, (ii) retomada da parada para manutenção em Puma I, que aconteceu no 1T22 e (iii) efeito de menores volumes de cartão com a parada programada em Monte Alegre. Com relação às vendas, estas totalizaram 1.009 kton, avanço de 12% t/t e 7% a/a. Com isso, a receita líquida consolidada totalizou R$ 5.039 mm, 4,6% acima das nossas projeções, 14% maior que o 1T22 e 24% acima do 2T21, refletindo os maiores preços e volumes nos negócios da companhia. Já com relação ao CPV teve forte avanço de 14% ante o 1T22, somando R$ 2.756 mm, mas 1,6% abaixo das nossas projeções, impactado por (i) maiores preços de combustíveis e químicos, em razão da alta das commodities nos mercados internacionais, além do já esperado (ii) maior consumo de fibras e (iii) menor receita de energia. As despesas SG&A somaram R$ 670 mm, com despesas de vendas avançando 37,5% t/t, devido às maiores despesas com exportação e maiores custos de frete. Assim, o EBITDA ajustado da companhia totalizou R$ 1.843 mm no trimestre, em linha com nossas expectativas, e 7% superior t/t. A margem EBITDA ficou em 37%, contra 39% das nossas projeções.

Endividamento e Resultado Líquido. A dívida bruta da Klabin encerrou o trimestre em R$ 27,9 bi, enquanto a dívida líquida ficou em R$ 20,5 bi. O endividamento, medido pela Dívida Líquida/EBITDA, subiu para 2,7x em reais (ante 2,4x no 1T22) e 2,7x em dólar (estável t/t). O custo da dívida em moeda local da companhia avançou para 14,9%, e ficou em 5,2% em outras moedas. O prazo médio segue confortável, em 102 meses. Com relação ao resultado financeiro, as despesas somaram R$ 483 mm, ante receitas de R$ 217 mm e impacto negativo de R$ 1.353 mm por variação cambial. Vimos também impacto positivo de operações de hedge no montante de R$ 1.602 mm, fechando o resultado financeiro negativo em R$ 303 mm. Assim, a Klabin reportou um lucro líquido no trimestre de R$ 972 mm, ante R$ 875 no 1T22. O Fluxo de Caixa Ajustado da companhia somou R$ 784 mm. Além disso, a Klabin anunciou novo pagamento de dividendos, no montante de R$ 399 mm, traduzindo-se em R$ 0,362/unit, a serem pagos em 11/08/22.

Celulose: preços avançam e volumes retomam. Após a parada para manutenção ocorrida no 1T22, a produção de celulose da Klabin totalizou 419 kton, avanço de 18% t/t e 1% a/a, acima da capacidade nominal da companhia. Esta maior eficiência operacional e o carry over ocasionado por gargalos logísticos no 1T22 fizeram com que volume de vendas do 2T22 totalizasse 424 kton, 27% maior t/t e 6% acima do 2T21, beneficiado inclusive pela maior demanda nos mercados internacionais, em especial Estados Unidos e Europa. A demanda mais aquecida permitiu implementação dos aumentos de preços anunciados, contribuindo para maiores preços realizados no período. Consequentemente, a receita de celulose da Klabin avançou 20% contra o 1T22, ficando em R$ 1.797 mm, (+20% R/E), também beneficiada pelo melhor mix de fibras e geográfico, que mais que compensaram o efeito negativo do câmbio no período. O custo caixa da celulose foi, novamente, afetado por maiores custos de químicos e combustíveis, principalmente, bem como maiores gastos com fibras de terceiros, conforme já esperado, e fechou em R$ 1.273/t, 1% menor t/t.

Papéis e Embalagens. A produção total de papéis somou 583 kton no trimestre, 3% menor t/t, em razão da parada para manutenção em Monte Alegre, mas cresceu 6% a/a, refletindo os volumes da MP27. Novamente, a companhia aproveitou sua flexibilidade e direcionou mais volumes para vendas de kraftliner no mercado externo, ainda aquecido e com preços elevados, o que contribuiu para receitas de papel em linha com o 1T22 - mesmo com queda de volumes (+43% a/a e +4% R/E), totalizada em R$ 1.575 mm. Já para Embalagens, a Empapel reportou evolução das expedições de P.O. no t/t, em razão da sazonalidade, mas recuo na comparação anual, devido à acomodação do mercado interno. As vendas de caixas de P.O. da Klabin avançaram 5% t/t, com recuo de 8% a/a. Porém, os preços ainda elevados permitiram que as receitas ficassem estáveis. No segmento de Sacos, os negócios foram beneficiados por maiores preços e melhor mix de produtos.


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