Desconto normalizado
Estamos atualizando nossa recomendação para Itaúsa (ITSA4) após alguns eventos que alteraram a composição do portfólio da companhia e sua estrutura de capital como: i) conclusão do investimento na CCR; ii) alienação de ações da XP Inc restando 6,5% de participação na companhia e iii) aumento de capital via capitalização de reservas ocorrido em novembro. Por fim, também incorporamos nossa atualização de preço-alvo para o Itaú de R$ 35,00 FY23 o que resultou, considerando o valor justo dos demais ativos e passivos, em uma recomendação de Compra para ITSA4 com preço-alvo de R$ 11,00 FY23 (anteriormente R$ 12).
Oportunidades e desconto de holding. Nossa tese permanece com a oportunidade que a companhia traz tanto em ganho de capital quanto em proventos, que acabam sendo mais vantajosos que no Itaú, já que seu dividend yield atual está em 7% contra 2% do banco. No caso dos dividendos, o nível de payout estava baixo devido à política mais restrita no Itaú de pagamento de 25% de payout, enquanto o banco continua melhorando seu nível de Basileia. Apesar de parecer muito barata, a Itaúsa realizou recentemente um aumento de capital via reservas, o que reduziu o desconto de holding, que em setembro chegou a atingir 26% e, após o aumento de capital, baixou para 20%, que figura próximo à média histórica de 22%. Acreditamos que o principal fator para a investimento em ITSA4 hoje permeia no ganho de capital e recebimento de proventos mais atrativos que seu principal investimento, o Itaú Unibanco. O desconto se amplia um pouco mais quando consideramos nosso valor justo para o Itaú, hoje em R$ 35,00 o que sustenta nosso target em R$ 11 FY23 para ITSA4.
Em relação aos seus demais investimentos, a companhia continua com sua estratégia de diversificar seus ativos para o longo prazo e utilizando a participação na XP para gerar caixa para novas aquisições e pagamento das debêntures emitidas. Apesar de ainda investir relevantemente no Itaú Unibanco e, consequentemente, no setor financeiro, a Itaúsa tem buscado uma menor dependência do setor financeiro e partindo para investimentos na economia real, com alvos voltados principalmente ao setor de infraestrutura. Com Itaú e XP Inc. representando hoje cerca de 92% do portfólio, a holding ampliou aportes em companhias não-financeiras como Aegea, no setor de Saneamento, Copagaz, no setor de distribuição de Gás e, recentemente, concluiu a participação na CCR, companhia de infraestrutura em transportes e rodovias, mantendo ainda companhias como NTS, transportadora de gás natural e as veteranas Alpargatas e Duratex no setor de bens de consumo.