Solidez com inadimplência consistentemente controlada
O resultado do Itaú Unibanco veio em linha com as nossas expectativas, com lucro líquido de R$ 8.415 milhões (+10% t/t e +0,2% Inter Research) com ROAE de 20,7% (+1,4 p.p. t/t e +0,2 p.p. Inter Research). O banco segue apresentando solidez em seus resultados com um nível de lucratividade e qualidade de crédito que impressionam frente ao momento macroeconômico. O resultado mostrou redução trimestral sazonal no NII, uma leve redução no resultado com tesouraria, mas que ainda se mantém positivo, enquanto pares privados reportam saldos negativos nesta linha. A PDD mostrou redução no trimestre, mas os níveis atuais se mostram condizentes com seu NPL Formation e não consumiram seu índice de cobertura da inadimplência que se manteve em 212%. A inadimplência por sua vez, se manteve controlada e estável no trimestre registrando taxa de 2,9% mostrando a solidez da qualidade de crédito do banco. Adicionalmente, com bom resultado no top-line e controle de custos, o banco reportou seu melhor índice de eficiência da histórica, performando pela primeira vez abaixo de 40%. Mantemos nossa recomendação neutra para ITUB4, com preço-alvo em R$ 28,00 FY23.
NII com efeitos sazonais e tesouraria um pouco mais fraca, mas melhor que pares privados. A margem financeira total do banco foi de R$ 24.048 milhões (-1,1% t/t e -5,8% Inter Research) e mostrou recuo afetado principalmente pela redução do NII com clientes, afetada pela sazonalidade do período, além de uma redução no resultado com tesouraria causada por efeitos negativos em operações estruturadas. O custo do risco (Despesas com PDD/Carteira de crédito) foi de 3,2% mostrando aumento (ex-Americanas) de 0,2 p.p. t/t acompanhando o crescimento da carteira e de um cenário prospectivo ainda pressionando a qualidade de crédito.
Carteira mostra restrição e cresce em linhas colateralizadas. Inadimplência se mantem consistentemente controlada. A carteira de crédito do banco reportou saldo de R$ 1.153 bi (+1% t/t e +11,7% a/a) mostrando pouco avanço em pessoas físicas de 0,9% t/t e queda em PJ -1,2% t/t. O banco retraiu em cartão de crédito e crédito rural, e avançou em crédito pessoal, consignado e imobiliário, mostrando foco em linhas com garantia. Em PJ o apetite foi menor com queda principalmente em linhas de capital de giro. O Itaú reportou uma inadimplência controlada no 1T23, com taxa de 2,9% e estável na comparação trimestral, mantendo o NPL em PF estável e mostrando queda de 0,1 p.p. em MPMEs. Além disso, seu índice de cobertura permaneceu estável em 212% no trimestre, mostrando conforto quando ao nível de provisionamento.
Receitas de serviços com efeitos sazonais e Opex controlado trazendo melhor eficiência da histórica do banco. As receitas com serviços e seguros reportaram saldo de R$ 12.367 milhões (-0,9% t/t e +6,7% a/a) sentindo efeitos sazonais típicos do 1T na maioria das linhas, destacamos o forte avanço anual das receitas com adquirência de 30,7%, que mesmo com queda em número de equipamentos, o banco tem mostrado avanço em TPV no cartão de crédito e maiores ganhos com produto flex. Do lado das despesas não decorrentes de juros o banco mostrou redução de 5,3% t/t com efeitos de menor despesa com participação nos resultados e menores despesas administrativas sazonalmente menores no 1T. Desta forma, o banco reportou um índice de eficiência de 39,8%, menor da série histórica do banco.