Estamos rebaixando nossa recomendação para o Banco do Brasil para neutro com preço-alvo alterado para R$ 42,00 FY23 (anteriormente R$ 52 FY23). Apesar de entendermos que no curto prazo o banco deva continuar reportando um resultado com elevada rentabilidade, nos preocupa a agenda de longo prazo do banco, que mesmo com uma boa governança não é totalmente blindado a novos comandos desalinhados aos interesses dos acionistas. Ressaltamos que a recente aprovação na Câmara de alteração na lei das estatais é um sinal claro da fragilidade do arcabouço que tentou se construir para proteger o nível de potenciais conflitos de interesse sobre as companhias estatais.
Em precaução aos riscos de governança, rebaixamos nossa recomendação, dado que precisamos de mais clareza quanto à nova direção do banco e o quão sensível o BB estará do uso da máquina pública para cessão de crédito desalinhada aos interesses estratégicos do colegiado do banco.
Nossas expectativas quanto à evolução de spreads, qualidade de crédito, contenção de custos vindo de transformação/fechamento de agências, PDVs ou até mesmo venda de ativos foram revisadas à fim de corroborar nossas expectativas menos otimistas para a condução estratégica e de rentabilidade do banco no longo prazo.