Renda Variável


Inter Insights

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Matheus Amaral

Publicado 27/mar

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Bancos

#1 Temor de que crise bancária se alastre derruba bolsas da Europa. O foco ficou no Deutsche Bank, cuja ação despencou 8,53%; os principais índices europeus, no entanto, encerraram a semana em alta. (Valor)

Insights: Após compra do Credit Suisse pelo UBS, gerou-se maior especulação sobre crise bancária na Europa, o que tem causado maior aversão de investidores sobre o setor. Apesar do CDS do Deutsche Bank ter avançado na última sexta-feira, o banco possui boa situação de liquidez. Não vemos também riscos de contágio para o mercado brasileiro.

#2 Governo tenta destravar acordo com bancos sobre teto de consignado do INSS. Reunião terá representantes de instituições financeiras e técnicos dos ministérios da Casa Civil, Fazenda e Previdência Social. (Valor)

Insights: Qualquer redução do teto para o consignado trará um impacto negativo para o setor, contudo esperamos que haja algum aumento versus a taxa de 1,7% proposta anteriormente. Confira o nosso relatório sobre o tema, aqui.

#3 S&P vê risco de onda de calotes na AL com juros altos. Relatório diz que condições de crédito na região estão ficando mais apertadas agora do que no auge da crise financeira de 2008 e que inadimplência no Brasil pode subir rapidamente. (Valor)

Insights: A percepção do S&P corrobora com nossa expectativa para o crédito corporativo no Brasil de maior restrição do crédito, endividamento das companhias e o risco dos juros elevados. Confira nosso relatório aqui.

#4 BTG reforça presença na Europa e compra banco FIS. Instituição com sede em um dos principais centros financeiros da Europa atua principalmente nos mercados de wealth management e asset management. (Valor)

Insights: O movimento é positivo para o banco de investimentos, que amplia sua oferta de serviços internacionalmente, principalmente onde é competitivo no segmento de Wealth Management e atendendo a demandas de clientes com operações e demandas no continente europeu.

#5 C6 tem prejuízo de R$ 2,4 bilhões em 2022. Banco diz que R$ 856 milhões referem-se a uma baixa de ativo fiscal diferido e não configuram prejuízo operacional. (Valor)

Insights: Mesmo desconsiderando os efeitos fiscais negativos, o resultado foi impacto principalmente por maiores despesas com provisões, refletindo o cenário de maior inadimplência no varejo bancário, onde o C6 possui maior atuação. Players mais concentrados no crédito com menor diversificação da carteira devem ainda sentir efeitos do cenário de maior inadimplência.

Frigoríficos

#1 China reabre mercado para exportação de carne bovina do Brasil. Na quinta-feira (23), a China reabriu o seu mercado para exportação de proteína brasileira, após um mês suspensa. (Valor Econômico)

Insights: Com a esperada reabertura e retomada imediata das operações para o país pela Minerva e Marfrig, podemos dizer que uma incerteza, dentre a maré de riscos, foi sanada. Diante das circunstâncias, devemos ver um trimestre mais fraco para companhias mais expostas as atividades com carne bovina na América do Sul, visto que a diversificação pouco suaviza os efeitos da paralisação das plantas do Brasil. Entretanto, continuamos otimistas frente ao papel da Minerva ao longo do ano.

#2 Após quatro anos, China volta a habilitar frigoríficos brasileiros. A China habilitou quatro frigoríficos brasileiros para exportação de carne bovina, sendo uma da JBS, além liberar as operações de plantas suspensas, com destaque para o frigorífico da BRF no Rio Grande do Sul, que estavam bloqueadas desde 2021. (Valor Econômico)

Insights: Com notícias, os papéis da BRF avançaram 11,35% na sexta-feira, de forma descomedida em nossa opinião. Vemos o movimento da China como um sinal favorável frente ao relacionamento comercial com o Brasil. Entretanto, fatores conjunturais e estruturais da BRF se mantém no radar, como principal questão. Para carne bovina brasileira, as projeções se mantêm positivas para o ano, sendo favorecido pelas novas habilitações.

#3 JBS 4T22 | Nebulosidade generalizada nas operações. A JBS divulgou o seu resultado do 4T22 na terça-feira, após fechamento do mercado. (Confira nosso comentário e Revisão de Preço)

Insights: A JBS apresentou um resultado fraco no 4T22, abaixo do consenso de mercado, apesar de ficar um pouco acima de nossas expectativas. No trimestre foi visto uma compressão generalizada das margens, com operações de carne bovina nos EUA e PCC indicando forte contração, assim como segmentos do Brasil surpreendendo negativamente. Revisamos o nosso preço para R$ 29,00 ante a R$ 49,00, mantendo recomendação de compra.

Óleo e Gás

#1 Petrobras cumprirá contratos assinados em processos de desinvestimento. O MME havia solicitado à estatal a suspensão da venda de ativos por 90 dias, em razão da reavaliação da Política Energética Nacional e da instauração de nova composição do CNPE. (Valor Econômico)

Insights: O mercado tem ficado bem movimentado em relação aos processos de alienação de alguns ativos da Petrobras. Um insight interessante é Bahia Terra, onde não é claro o fim do processo, e tanto PetroReconcavo, quanto a Eneva podem ter impacto relevante.

#2 Lei das estatais fragilizada. Liminar que muda Lei das Estatais coloca em xeque conquistas recentes da governança. (Valor Econômico)

Insights: Acreditamos que o mercado pode precificar de forma negativa tal movimento, uma vez que podem existir políticos na gestão da Petrobras agora.

#3 Queda na produção Russa? Rússia vai continuar cortando produção de petróleo até junho. (UDOP)

Insights: Receios quanto a possível crise financeira no EUA e entre outras notícias impactaram negativamente o preço do barril de petróleo nas últimas semanas, onde o Brent chegou a ser cotado em US$ 70/barril, assim, com uma oferta mais restrita, podemos observar certo repique na commodity.

Papel & Celulose

1# Agenda com China pede sustentabilidade e inovação. As empresas que acompanharão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua viagem para China solidificam que a sustentabilidade, inovação, tecnologia e comércio exterior, devem ser as principais pautas desse movimento. (Valor Econômico)

Insights: Dentre os nomes confirmados para viagem, o Pablo Machado, diretor-executivo da Suzano está na lista. A viagem encaixou com o lançamento do Hub de inovação na China pela companhia, voltado para pesquisa e desenvolvimento do âmbito ambiental. Vemos que a ampliação do relacionamento com a China, assim como absorção e insights do modelo produtivo e tecnologia implementada pelo país são pontos positivos para Suzano e indústria de Papel & Celulose brasileira como um todo.

Real Estate

#1 Prefeitura de São Paulo anuncia a aquisição de 38 mil unidades habitacionais. Por meio do programa ‘Pode Entrar’, o anúncio teve a Plano&Plano como principal protagonista no volume de unidades contratadas, enquanto a Tenda decepcionou com pequena parcela. (G1)

Insights: Mesmo as construtoras com baixo volume contratado, como caso da Tenda, devem ser beneficiadas pelo impulso nas vendas gerado pelo programa, o que impactará positivamente o fluxo de caixa das companhias. Além disso, o programa destinado ao segmento de baixa renda trouxe regras que podem ser aproveitadas no programa habitacional de nível federal, o MCMV, como a indexação do valor contratado pela inflação, bem como o ‘carimbo’ dos recursos destinados às obras desde o momento da contratação.

#2 Crédito imobiliário via poupança soma R$ 10,5 bi em fevereiro. Segundo os dados da Acebip, volume originado representa retração de 11,4% no a/a. (CNN)

Insights: Os dados sustentam a tendência de queda nos financiamentos em 2023 em relação ao ano anterior, bem como reforçam nossa expectativa de arrefecimento de atividade na construção, que deve encontrar demanda mais fraca em meio a taxas de juros mais elevadas.

Saúde

#1 Temporada de resultados. Na última semana tivemos a divulgação do resultado da Panvel (confira o relatório completo).

Insights: Em nossa visão, a Panvel entregou um bom resultado no 4T22, impulsionado por 14 aberturas de lojas e bom desempenho de vendas em mesmas lojas. A companhia tem atendido à nossas expectativas e performado muito bem nos últimos trimestres, portanto reforçamos nossa recomendação de compra para PNVL3 com preço alvo de R$ 15/ação.

Seguradoras

#1 Mercado de seguros quer mapear risco climático em todos os Estados. Segundo a CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), projeto, que deve ser finalizado em junho, permitirá medir a exposição brasileira a 12 riscos climáticos físicos. (Valor)

Insights: A ferramenta de mapa de calor dos Estados deve beneficiar as companhias de seguros no longo prazo, trazendo a tecnologia para melhorar a precificação e oferta de produtos personalizados para algumas regiões, além de trazer maior capacidade preditiva para a ocorrência de sinistros. Enxergamos como um ponto positivo para seguradoras que atuam no ramo agro, como a BB Seguridade, contudo, não esperamos impactos financeiros relevantes e mensuráveis por ora após a utilização da ferramenta.

#2 Mercado de seguros fatura R$ 14,9 bilhões em janeiro. Boletim IRB+Mercado mostra que o setor começou o ano com crescimento em todos os segmentos, com destaque para Automóvel e Rural. (Revista Apólice)

Insights: Com crescimento de 18,3% a/a segundo a pesquisa, o setor continua mostrando força em seu faturamento e o destaque no Auto e Rural reforça nossas expectativas para companhias que atuam nos segmentos como a Porto Seguro e BB Seguridade. Além disso, outro ponto positivo é para a queda da sinistralidade, principalmente no ramo rural. Também acompanhamos os dados setoriais mensalmente via Susep, mas até o momento os dados que correspondem a fevereiro estavam ainda desatualizados.

#3 Senado desarquiva projeto que regula contratos de seguros. Em votação simbólica, o Plenário do Senado aprovou cinco requerimentos de desarquivamento de proposições que tinham sido enviadas ao arquivo ao fim da legislatura, uma delas a PLC 29/2017, que regula os contratos do setor de seguros. (Sonho Seguro)

Insights: O projeto ainda deve ser discutido e modernizado para se adequar a questões como a modernização e desburocratização do setor. Os principais pontos são: segurança jurídica e fortalecimento do mercado, disputas resolvidas por meio de arbitragem e prazo de um ano para que o cliente peça indenização da seguradora. Ainda é cedo para avaliar impactos já que deve passar por alterações.

Transportes

#1 Mercedes-Benz se une a montadoras pelo Brasil e anuncia férias coletivas. Nos últimos dias, outras empresas como Volkswagen, GM, Stellantis e Hyundai também anunciaram paralisações nas operações, justificando-as com queda nas vendas e falta de componentes. (g1)

Insights: Apesar das cadeias produtivas não estarem 100% normalizadas, entendemos que esse movimento por parte das montadoras tem ocorrido devido ao arrefecimento da demanda que tem sido impactada pela política monetária contracionista, aversão ao risco nas concessões de crédito e desaceleração econômica. A queda de produção no setor automotivo tende a prejudicar os players de logísticas expostos ao segmento, como é o caso da JSL (JSLG3). Por outro lado, as locadoras de veículos, Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3), tendem a se beneficiar de melhores condições na aquisição de frotas que ainda se encontram piores quando comparado com o pré-pandemia. Por fim, o mercado de Seminovos também tem sido impactado pelos fatores macroeconômicos, gerando maior depreciação dos veículos em balanço e normalização mais rápida da margem de venda na dos ativos desmobilizados.

#2 CADE aprova, sem restrições, a aquisição da Unitum (controladora da IC Transportes) pela JSL. (CADE)

Insights: Já esperávamos a aprovação da entidade reguladora e enxergamos com bons olhos a aquisição da JSL. É possível conferir nossa análise completa sobre o M&A aqui.

Utilities

#1. Fusões e aquisições no país de ativos de energia podem atingir até R$ 30 bi. Gigantes do setor elétrico e gestoras de investimentos puseram à venda negócios. (Valor Econômico)

Insights: As operações de M&A no setor de energia no Brasil devem movimentar nos próximos meses entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões, principalmente no segmento de geração e distribuição sendo a maioria ativos de renováveis.

#2. Exportação de energia supre 30% do consumo uruguaio em fevereiro. O Brasil exportou 380MW médios para o Uruguai, alta de 142% em relação a janeiro. (Canal Energia)

Insights: Devido ao aumento dos níveis dos reservatórios do SIN, foram gerados excedentes que podem ser comercializados externamente sem comprometer a segurança energética do país. Trata-se de uma grande mudança no quadro de geração do Brasil que, em 2021 durante a crise hídrica, teve que importar energia elétrica.

#3. Consumo de energia sobe 1,6% em fevereiro. Segundo o Boletim Quinzenal da CCEE, o Brasil consumiu 69.522 MW médios de energia elétrica em fevereiro. (Canal Energia)

Insights: Os estados que observaram os maiores incrementos na comparação com o mesmo período do ano passado foram Maranhão (42,2%), Rondônia (8,9%) e Pará (7,2%), com a uma junção de temperaturas mais alta e menos chuvas, levando a um maior uso de aparelhos de refrigeração. O mercado livre apresentou crescimento de 2,3% enquanto o regulado avançou 1,1%.

Varejo

#1 Abras: Compras de Páscoa devem crescer 15% em relação a 2022. Pesquisa aponta ainda que os preços de ovos de Páscoa aumentaram entre 13% e 18% em relação ao ano anterior. (Valor)

Insights: A demanda por ovos de Páscoa deve permanecer a mesma do ano passado, mostrando a força da data comemorativa perante a deterioração dos dados macroeconômicos. A Americanas, maior vendedora de ovos de Páscoa do Brasil, não conseguiu garantir todo o volume que precisava, devido aos problemas que enfrenta com o rombo contábil. Essa situação abre espaço para outros players ganharem relevância, sobretudo do varejo alimentar.

#2 Brasileiros revelam ter mudado o jeito de consumir nos últimos anos. Pós-pandemia consolidou consumidores mais intencionais, que pesquisam cada vez mais antes de comprar. (Mercado & Consumo)

Insights: Com a pandemia os brasileiros se aventuraram mais nas compras online. Esse comportamento veio para ficar e já é notada uma mudança de consumo com o passar do tempo. Se antes da pandemia, o consumo era voltado para itens de ticket médio mais elevado (smartphones, eletroeletrônicos, móveis etc.), agora os itens de cauda longa (alimentos e bebidas, materiais de limpeza e construção) começaram a ganhar representatividade. Enxergamos Mercado Livre, Magazine Luiza e Amazon, nessa ordem, como as melhores para capturar share no mercado nacional.


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