Como foi a temporada para os grandes bancos norte-americanos?
Como de praxe, os Big Six – os grandes bancos americanos – abrem a temporada de resultados e os mercados ficam atentos visando capturar sinais de como a economia norte-americana tem se comportado e o que esperar para os próximos trimestres.
No geral, as estimativas para o setor antes da divulgação eram de uma queda de 10% a/a nos lucros, de acordo com a Refinitiv. Contudo, o que Wall Street viu na última sexta-feira foi uma bateria de resultados melhores que o esperado, a qual foi continuada esta semana, beneficiada por receitas com juros e maior propensão ao consumo no varejo, onde a demanda segue de vento em popa.
A crise que assolou o setor em março e que culminou com a quebra do Sillicon Valley Bank, bem como com a incorporação do Credit Suisse pelo UBS na Europa, elevou os receios quanto à saúde do sistema financeiro. Porém, conforme observado nas divulgações, os balanços dos grandes bancos seguem sólidos e seus resultados resilientes. Observou-se em alguns casos um maior fluxo de capital advindo de bancos regionais e menores, o que parcialmente compensou a evasão de capital para os famosos Money Market Funds, conforme investidores optaram por maior remuneração de seus recursos.
As receitas com Investimentos e Mercados de Capitais tiveram mais um trimestre de contração em reflexo a um ambiente mais desafiador para emissões, com bancos mais cautelosos na concessão de crédito, e menor apetite por operações de M&A. O cenário mais desafiador também levou a aumento das provisões no trimestre e os bancos confirmaram os receios quanto a uma possível recessão no país nos próximos trimestres.
Dando início à temporada na sexta-feira, JP Morgan (JPM/JPMCO34), Citigroup (C/CTGP34) e Wells Fargo (WFC/WFCO34) divulgaram seus balanços e, no geral, vimos bons números, com receitas e lucros batendo o consenso. Os calls de resultados refutaram as projeções de forte impacto da crise nos balanços, mas ao mesmo tempo enalteceram o tom mais cauteloso de recessão à frente. Ao mesmo tempo em que os investidores receberam bem os números e falas dos managements – conforme visto no comportamento das ações do setor até agora – eles agora se debruçam nos balanços, focando na qualidade destes números, na saúde financeira destas instituições e quão preparadas elas estão para uma eventual crise no setor.
A seguir, um resumo dos resultados do 1T23.