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Gabriela Joubert

Publicado 23/out5 min de leitura

O que esperar dos balanços das “Magnificent Seven”?

Esta semana, as megacaps de tecnologia nos Estados Unidos divulgam seus balanços referentes ao 3T23 e as expectativas são amplas para estes números, especialmente considerando o movimento destes papéis ao longo do ano, com altas que vão de 30% a 180% (no caso da Nvidia) e que levaram a uma alta de cerca de 10% no S&P 500, a despeito do cenário de juros elevados. Os números devem trazer forte evolução do top line, com as receitas de publicidade recuperando dos patamares estressados do ano passado, além de estabilidade no segmento de nuvem, bem como efeitos positivos de uma demanda ainda resiliente, apesar do cenário mais restritivo de crédito, juros e inflação.

No ano, essas empresas juntas somam US$ 6 trilhões em valor de mercado, quase 30% do S&P 500. A rápida, forte e contínua ascensão destes papéis têm elevado também o chamado FOMO – Fear of Missing Out (ou o medo de ficar de fora), o que acaba contribuindo para que os investidores sigam comprando os papéis como se o céu fosse o limite. Se antes víamos o setor de tecnologia como um segmento de growth (crescimento), volátil e, logo, a antítese dos setores considerados defensivos, que geralmente são compostos de empresas já consolidadas, líderes e atuantes em mercados estáveis, hoje estas são vistas como porto seguro dos investidores, e com razão. Apesar de todas as forças atuando contra, estas companhias têm se reinventado e criado a cada trimestre novas alternativas e negócios para alavancar suas receitas (vide os investimentos em inteligência artificial), enquanto retomam as vendas em seus negócios principais, como publicidade, nuvem e vendas de produtos.

Apesar da trend da inteligência artificial, os resultados destes investimentos devem ser materializados nos balanços destas companhias apenas nos próximos anos, mas com a Microsoft saindo na frente. A empresa deve reportar um avanço de 8,7% nas receitas a/a, com destaque para as expectativas de crescimento nas vendas de softwares. Os custos ainda devem pesar nos resultados, mesmo assim não devem impedir a evolução nas margens. Já a Alphabet, deve ter números beneficiados pelo avanço das receitas do Google Services, incluindo publicidade, vendas de APPs e ferramentas de buscas (de volta ao básico). O mesmo deve ser observado para Meta, que deve apresentar recuperação nas receitas de anúncios nas suas diferentes plataformas, além de apresentar, com mais clareza, seus planos de aplicabilidade de AI. A Amazon deve registrar receitas estáveis nos serviços de nuvem, mas ser beneficiada pelo seu braço de consumo. A Apple deve sentir os efeitos mais fracos da economia chinesa e do resto do mundo nas vendas do iPhone, seu carro chefe. Já a Tesla, a primeira dentre as sete a divulgar seus balanços, decepcionou as expectativas de Wall Street ao trazer receitas e margens abaixo do esperado. A companhia cortou os preços de seus veículos visando a garantir volumes de vendas no trimestre, contudo o alto patamar dos juros limitou a estratégia da companhia e segue preocupando, de acordo com palavras de Elon Musk, seu CEO.


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