Margens pressionadas, mas perspectivas são melhores
O resultado do 4T22 da Gerdau a ser divulgado amanhã deve mostrar um trimestre complicado, com demanda prejudicada por um período sazonal mais fraco que foi ainda potencializado pelos efeitos da Copa do Mundo e Eleições. Esperamos receitas abaixo tanto na comparação trimestral, mas principalmente na comparação anual, uma vez que a companhia reportou números recordes para o 4T21. Os preços também devem mostrar arrefecimento, seguindo os menores preços dos produtos siderúrgicos no período. Do lado positivo, os custos aparecem mais comportados, em reflexo aos menores preços de commodities nos mercados internacionais e à queda do preço da sucata. Contudo, o recuo não será suficiente para segurar as margens que devem vir mais pressionadas. Assim, esperamos uma Receita Total para a empresa em R$ 19.186 mm, recuo de 9,3% t/t e um EBITDA de R$ 4.050 mm, queda de 25% ante o 3T22.
A recente queda dos papéis da companhia abre uma janela de oportunidade, em nossa opinião, uma vez que vemos os resultados mais fracos do 4T22 como algo pontual. As perspectivas para a Gerdau seguem positivas e o 1T23 deverá trazer recuperação de volumes, resultante dos projetos de clientes que foram postergados e que agora entram no pipeline. Os custos podem preocupar ainda, mas os recentes anúncios de aumentos de preços de produtos de aço podem compensar, refletindo em margens saudáveis ao longo do ano. Assim, mantemos nosso TP YE23 em R$ 34/ação para GGBR4, com recomendação de Compra.
ON Brasil. Esperamos um trimestre fraco para a ON Brasil, com volumes vendidos menores, especialmente no mercado interno, uma vez que projetos foram adiados ao longo do trimestre conforme incertezas se elevavam, principalmente no setor de Construção. A receita líquida por tonelada deve refletir o ambiente menos favorável, contudo o efeito deve ser parcialmente amenizado pelos custos que devem mostrar a involução dos preços de commodities, em especial o carvão e a sucata.
ON América do Norte. Na América do Norte, a sazonalidade do período deve também resultar em menores volumes vendidos, mas o metal spread ainda elevado deverá compensar parcialmente nas receitas, levando a leve queda na comparação com o trimestre anterior. Na linha de custos, a queda no preço da sucata deve ajudar a limitar o avanço do CPV, e este deve se manter estável t/t. Com isso, esperamos certo arrefecimento nas margens da ON, mas ainda em duplo dígito, uma vez que a unidade já opera em novo patamar de rentabilidade.
ON Aços Especiais e América do Sul. Nesta linha de negócios, devemos ver volumes estáveis ante o 3T22, seguindo as tendências internacionais de recuperação do setor automotivo, conforme a crise de semicomponentes perde força. Contudo, os preços devem apresentar leve correção no t/t, levando a receitas de R$ 3.429 mm, em linha com o observado no 3T22. Já os custos devem mostrar maiores preços de ferro-liga, o que vai impactar nas margens da operação, que devem vir levemente abaixo vis-à- vis o trimestre anterior. Na ON América do Sul, esperamos volumes vendidos levemente abaixo do 3T22 e preços em linha, o que, juntamente com custos estáveis, deve resultar em EBITDA menor, mas margens ainda comportadas.