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CSN | Resultado 4T22

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Gabriela Joubert

Publicado 09/mar5 min de leitura

Siderurgia afetada pela sazonalidade, mas mineração segura resultados

A CSN trouxe um resultado consolidado acima das nossas projeções, refletindo um desempenho na Mineração melhor que o esperado, o que mais que compensou a fraqueza dos resultados da Siderurgia no trimestre. Conforme esperado, a sazonalidade do 4T22, somada aos efeitos da Copa do Mundo e às incertezas pós-resultado das eleições impactaram fortemente os resultados das siderúrgicas no país e com a CSN não foi diferente. No entanto, o melhor desempenho da Mineração, bem como a incorporação da LafargeHolcim, agora Cimentos Brasil, e a entrada da CEEE-G nos resultados consolidados levaram a uma receita líquida de R$ 11.129 mm, 3,4% maior que nossas estimativas. Além disso, com maior representatividade da CSN Mineração nos resultados – onde as margens são mais elevadas – e os menores custos de produção e insumos no trimestre, a CSN registrou um EBITDA de R$ 3.123 mm, ficando 18% maior que o esperado e 15% acima do 3T22.

Para 2023, esperamos que a companhia siga beneficiada pelos resultados da CSN Mineração, que deve entregar o guidance de produção de 39 Mt – 41 Mt, contribuindo para melhores resultados. Além disso, a incorporação da Cimentos Brasil deverá trazer avanço de margens, via ganhos de sinergia, quando comparado ao nível do 4T22, uma vez que a LafargeHolcim operava com margens inferiores à CSN Cimentos. No segmento de Energia, devemos ver a companhia se beneficiando de uma maior produção e menores custos de energia no conglomerado, além de possíveis receitas advindas do mercado Spot. Por fim, na Siderurgia, os recentes aumentos de preços anunciados pela companhia, vigentes a partir de janeiro, devem contribuir para avanços de receitas, além de leve recuperação de volumes vendidos que esperamos para o 1T23. Com relação aos custos, com preços de commodities mais comportados nos mercados internacionais, devemos ver também custos em níveis melhores, contribuindo assim para margens mais saudáveis. Assim mantemos nossa recomendação de compra, com preço-alvo para CSNA3 no fim de 2023 de R$ 20/ação.

Damos destaque aos avanços na agenda ESG da companhia, com o comprometimento e transparência na divulgação de suas informações juntamente com o release de resultados, mostrando a importância não só dos dados financeiros, mas também socias, ambientais e de governança.

Resultado Consolidado: Aquisições no ano compensam resultado mais fraco da siderurgia. As receitas consolidadas da CSN somaram R$ 11.129 mm, ficando 3,4% acima das nossas projeções, impulsionadas pelo maior volume de vendas e melhores preços realizados na Mineração, bem como a incorporação da Cimentos Brasil, o que compensou o fraco desempenho da Siderurgia, ocasionado pela sazonalidade do período, com Copa do Mundo e incertezas impulsionadas pelo resultado das eleições presidenciais. No ano, a receita consolidada encerrou em R$ 44.362 mm, queda de 7,4% a/a, afetada pelo fraco desempenho da mineração no 1S22, em razão das fortes chuvas na região sudeste do país. Os custos somaram R$ 7.847 mm, 2% menor que nossas estimativas e 6% abaixo do 3T22, resultante de maior diluição de custo fixo na mineração e menores custos de matérias-primas, como carvão nas coquerias. As despesas VG&A avançaram 52% t/t, com impacto da mineração e cimentos, enquanto a linha de Outras receitas e Despesas teve efeito negativo de R$ 952 mm, refletindo hedge accounting no trimestre. Por fim, o EBITDA consolidado da companhia registrou R$ 3.123 mm, ficando 18% acima das nossas projeções, 15% maior t/t, mas 16% menor a/a (lembrando que 2021 foi ano atípico e recorde para a companhia).

Siderurgia. Sazonal pesou e cenário aperta um pouco. Os negócios de siderurgia foram impactados pela sazonalidade natural do 4T, mas também pelos efeitos da Copa do Mundo e Eleições, com clientes postergando pedidos incertos sobre os rumos da economia à época. A produção de aço recuou 6,5% t/t, enquanto as vendas somaram 1.008 kton, com volumes no mercado interno recuando 14% t/t. O preço médio realizado no mercado interno também recuou, cerca de 8,1%, movimento também observado nos mercados internacionais, onde os preços reduziram 15% t/t. Com isso, a receita da siderurgia somou R$ 6.055 mm, -8,8% menor que o esperado (-21% t/t). O custo de placas, no entanto, recuou 5,5% ante o 3T22, ficando em R$ 3.923/t. Mesmo assim, não foi suficiente para conter a queda de 34% t/t no EBITDA, que fechou em R$ 826 mm, mas com margem de 13,6%.

Mineração. Resultado acima das expectativas. A CSN Mineração reportou um resultado com desempenho acima das nossas expectativas, tanto na linha de receitas, que foi beneficiada por volumes e preços realizados acima do esperado, quanto no EBITDA, que refletiu custos avançando em menor ritmo, com preços de insumos em queda e maior diluição por conta da normalização da produção no trimestre, fechando em R$ 1.785 mm, 18,5% maior que nossas projeções. No desempenho anual, no entanto, a companhia reportou volume de produção abaixo do guidance inicial (e inferior do guidance revisado, de 34 Mt), prejudicada pelas fortes chuvas do 1S22 na região sudeste do país. Para 2023, esperamos que a empresa entregue o guidance de 39Mt – 41Mt previstos, juntamente com custos mais controlados, o que, deverá compensar as expectativas que temos de preços mais baixos de minério de ferro para o ano, mantendo o bom desempenho ao longo de 2023. Para o 1T23, esperamos um resultado ainda melhor na base anual, considerando que o impacto das chuvas sazonais deve ser menor e os preços da commodity seguem em patamar elevado, beneficiando receitas (veja aqui o relatório completo da CSN Mineração).

Cimentos e Energia. Aquisições aparecem, mas margens ainda aquém. As vendas de cimento totalizaram 2.897 kton, alta de 53,3% t/t, em razão da incorporação de 100% da Cimentos Brasil. A Receita Líquida fechou em R$ 1.181 mm, também 51% maior que o 3T22. Contudo, o EBITDA avançou apenas 2% t/t, registrando R$ 265 mm, em razão da menor eficiência operacional da LafargeHolcim, ficando aqui um desafio para a companhia diante da captura de sinergias na operação. No segmento de Energia, o trimestre trouxe os números da CEEE-G, o que derivou em receitas de R$ 154 mm e um EBITDA de R$ 24 mm, contribuindo positivamente para os resultados consolidados da empresa.

Endividamento e Resultado Líquido. A CSN encerrou o ano com dívida líquida de R$ 30,5 bi e alavancagem, medida pela dívida líquida sobre o EBITDA, em 2,2x. O resultado financeiro fechou negativo em R$ 1.181 mm, refletindo despesas de R$ 1.214 mm, receitas de R$ 285 mm e variação cambial negativa de R$ 252 mm. Assim, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 197 mm no trimestre, encerrando 2022 com lucro de R$ 2,2 bi. O Fluxo de Caixa Livre ajustado fechou negativo em R$ 146 mm.

Avanços em ESG

Prêmios & Nomeações. A CSN avançou nos rankings globais, ficando em 4º lugar no setor no rating da Sustainalytics. Além disso, houve avanço no S&P Sustainability Yearbook 2023, recebendo o prêmio de “Indudstry Mover”, como a empresa que mais avançou no ano nas métricas ESG. Por fim, a companhia também teve nota elevada de CCC para B no MSCI e avançou nos socres de CDP.

E. A empresa teve evolução da meta de redução de intensidade de emissões tanto na Siderurgia quanto em Cimentos. No trimestre, a empresa também finalizou a avaliação quantitativa dos riscos climáticos para todos os seus segmentos de negócios. Na Mineração, todas as barragens encerraram com nível zero de emergência.

S. A companhia entregou a meta de taxa de frequência esperada, com decréscimo de 25% ante 2021 em acidentes com ou sem afastamentos. Destaque também para os avanços nos programas de certificação e conscientização de seus fornecedores, visando o monitoramento de sua cadeia de valor. Por fim, a Fundação CSN segue atuante em projetos sociais como o Garoto Cidadão, Capacitar, Jovem Aprendiz e Tambores de Aço. 

G. A CSN evolui no número de mulheres tanto no quadro funcional (de 17,5% para 20,5% quanto em cargos de liderança (de 11% para 12,7%).

Fonte: Companhia e Inter Research

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