A CSN Mineração reportou resultados mistos, em nossa opinião, com receitas abaixo das nossas expectativas, em virtude de volumes de produção e vendas em patamar menor que o esperado, mas positivamente compensado por menores pressões de custos que beneficiaram o resultado operacional, trazendo EBITDA acima das nossas projeções. A empresa, contudo, revisou novamente seu guidance de produção para este ano, agora em 34 Mt (de 36Mt – 38Mt revisados no 2T22), mostrando mais uma vez dificuldade em retomar o ritmo de suas operações. Incorporamos os dados dos 9M22 e atualizamos as projeções conforme novo guidance da companhia. Contudo, não houve mudança no nosso preço-alvo para o final de 2023, uma vez que a redução esperada nas receitas por conta de volumes menores de vendas, deverá ser compensada por custos abaixo do esperado. Assim mantemos nossa recomendação de compra, com preço-alvo para CMIN3 no fim de 2023 de R$ 7/ação, em razão do elevado upside para os preços atuais, especialmente considerando a sólida posição de caixa da empresa e reduzido nível de endividamento.

Resultado Consolidado: volumes em baixa compensados por custos menores. A produção de minério de ferro no período alcançou 9.611 kton, 16% maior t/t e 6,8% abaixo do 3T21, refletindo menor impacto das chuvas que afetaram a produção no 1S22 e melhor performance dos projetos integrados à planta central, contudo ainda em ritmo abaixo do esperado pelo guidance do início do ano, que previa uma produção anualizada de 38 mt – 40 mt. Por esta razão, a companhia revisou mais uma vez seu guidance para este ano e agora espera que a produção encerre em 34 Mt. As vendas avançaram 20% t/t, totalizando 9.095 kton, mas ficando abaixo das nossas expectativas. Com isso, a receita líquida registrou R$ 2.509 mm, ficando 22% menor que nossas projeções e 3% menor t/t, em virtude da forte queda dos preços do minério de ferro nos mercados internacionais, além do impacto da maior presença de provisionados no portfólio. Este valor foi parcialmente compensado pelo melhor mix de produtos com maior representatividade de minério próprio, maior qualidade e menor custo de frete, o que levou a uma receita líquida por ton de US$ 52,78/t, 26% menor t/t. O CPV somou R$ 1.778 mm, 13% abaixo do esperado e 3,1% menor t/t, sendo a surpresa positiva do trimestre, beneficiado por menores custos de transportes, maior diluição de custo fixo por conta do maior volume de produção e melhor mix de produtos. O Custo Caixa C1 registrou US$ 19,4/t, queda de 20,1% ante o 2T22, devido a maior diluição de custo fixo, mas também de menores custos de frete. Por fim, o EBITDA totalizou R$ 926,1 mm, ficando bem acima das nossas expectativas e 28,7% maior t/t, e trazendo uma margem EBITDA de 36,9%.

Endividamento e Resultado Líquido. A CSN Mineração contava com um caixa líquido de R$ 1,18 bi, com um nível de endividamento, medido pela dívida líquida sobre o EBITDA, de -0,23x, bastante confortável. O resultado financeiro fechou positivo em R$ 63 mm, refletindo despesas de R$ 165 mm, receitas de R$ 109 mm e variação cambia de R$ 119 mm. Assim, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 514 mm contra os R$ 826 mm no 2T22. O Fluxo de Caixa Livre ajustado fechou em R$ 522 mm.

Selo Ouro GHG Protocol.

E. A companhia deu continuidade ao seu processo de descaracterização da barragem do Vigia., com a conclusão das obras estruturais. Ainda, teve as suas DCEs (Declaração Estabilidade) renovadas. Além disso, a empresa reduziu em 9% as emissões de CO2 versus o 1S22.

S. A CSN Mineração celebrou 10 anos sem fatalidades em suas operações. Também registrou 26% menos taxas de frequência e queda de 52% no número de acidentes. No quesito diversidade, aumentou em 8% o número de mulheres na liderança e em 10% o número de trabalhadoras no efetivo. Além disso, no período, houver a inauguração da Universidade Corporativa do conglomerado.

G. A empresa recebeu o Selo Ouro do GHG Protocol e lançou o Reporte Executivo para acompanhamento periódico das metas de redução diretamente pela Alta Liderança.