Operacional normaliza, mas preços e custos ainda pesam
A CSN e a CSN Mineração reportaram os seus resultados do 2T23 na noite de ontem, trazendo números consolidados mais fracos, conforme esperado, mas com destaque positivo para o desempenho operacional da empresa, que normaliza suas operações após um início de ano mais complicado. A empresa apresentou aumento de volumes de vendas em todas as suas operações, com destaque para o volume recorde de produção e vendas na Mineração e as vendas de produtos siderúrgicos no mercado interno, a despeito do crescimento dos volumes importados no período. No entanto, a queda dos preços realizados de minério de ferro no período, bem como a pressão ainda persistente de custos prejudicaram o balanço consolidado. A receita operacional totalizou R$ 10.989 mm, 2,2% acima do esperado e apenas 2,9% abaixo do 1T23. O EBITDA, porém, somou R$ 2.263 mm, 13% menor que nossas estimativas e 29% menor que o reportado no 1T23.
Esperamos ver continuidade do bom desempenho operacional da empresa somado a menores pressões de custos para o próximo semestre, vindo tanto de menores preços de insumos como maior eficiência operacional. Vemos também os preços de minério de ferro ainda corrigindo, limitando maiores ganhos na mineração, mas mantemos a visão mais construtiva na siderurgia, com expectativas de recuperação da demanda ao longo do ano. O ponto de atenção segue com as importações e a pressão nos preços dos produtos comercializados. Neste sentido,mantemos o preço-alvo de CSNA3 em R$ 19/ação e de CMIN3 de R$ 7/ação com a recomendação de Compra para ambos os papéis.
Siderurgia: recuperação de produção, mas custos ainda pesam. A produção de placas no período somou 732 kton, 2,2% menor t/t, enquanto a produção de laminados avançou 10,3% na mesma base comparativa, para 775 kton. As vendas somaram 1.054 kton (ante 1.074 de nossas estimativas), avançando 1,8% t/t, com as vendas no mercado interno subindo 10,5% e aqui damos destaque ao crescimento na linha branca e no automotivo. As receitas somaram R$ 5.943 mm, 2,2% menor que o projetado, mas 2,9% acima do 1T23, reflexo da maior produção e vendas, apesar da pressão pelas importações. O custo de placa ficou em R$ 4.113/t, em linha com o trimestre anterior. O EBITDA, então, registrou R$ 553 mm, queda de 27% t/t, em razão dos maior CPV, mas esperamos arrefecimento desta linha para o segundo semestre do ano.
Mineração: produção e vendas recordes, mas preços e custos limitam avanços. A produção de minério de ferro no período alcançou 11.157 kton, ficando 25% maior t/t e levando a vendas de 11.258 kton, um aumento de 31% e 7,7% maior que nossas estimativas. Apesar do bom resultado operacional, o impacto do menor preço do minério de ferro referência (platts) e dos menores preços provisórios levou a uma receita de R$ 4.011 mm no período, 9,3% maior que o projetado, mas 12% menor t/t, com impactos também de maiores custos de frete no trimestre. O custo caixa C1, por sua vez, ficou em US$ 21,7/t, 5,2% menor t/t e em linha com pares. O EBITDA da operação somou R$ 1.098 mm, 21% menor que o estimado, com margem de 31%.