Siderurgia afetada, mas mineração segura resultados. Até quando?
A CSN apresentou resultados razoáveis no 1T23. Por um lado, a companhia conseguiu capturar os bons preços de minério de ferro no período e acabou não tendo volume de vendas tão impactados, o que contribuiu para receitas mais altas e ajudou no resultado consolidado. Porém, por outro lado, a siderurgia trouxe novamente desempenho fraco, com dinâmicas no mercado interno afetadas por uma demanda mais frada e preços em queda. Os custos de placas também pesaram, em especial pelos preços mais altos de alguns insumos, como minério de ferro e menor diluição de custo fixo no período, o que acabou por pressionar ainda mais as margens. Em Cimentos, os volumes avançaram, mas a queda nos preços acabou penalizando em maior grau as receitas no segmento.
Assim, com o recuo esperado nos preços das commodities ao longo do ano, não esperamos um outro ano brilhante para a CSN Mineração, que deve ter receitas impactadas pelos menores preços, apesar de parcialmente compensadas por maiores volumes. No entanto, não acreditamos que o desempenho do braço de mineração seja suficiente para carregar os resultados ao longo do ano, como observado nos dois últimos trimestres e caso a siderurgia siga enfrentando os desafios atuais, poderemos ver impactos no consolidado tanto em receitas quanto em margens.
Para o 2T23 especificamente, poderemos ver na Mineração receitas ainda em patamar saudável, mesmo com a queda de preços no t/t, beneficiada por volumes robustos de vendas. Na Siderurgia, devemos ver preços melhores, ante o patamar do 1T23, além de recuperação dos volumes de vendas, após sazonalidade de início de ano. Na linha de custos, a queda recente nos preços das commodities pode trazer alívio, beneficiando em certo aspecto as margens. Mantemos, neste momento, nossa recomendação de compra para ambos os papéis, com preços-alvo no fim de 2023 para CSNA3 de R$ 20/ação e para CMIN3 em R$ 6/ação.