Renda Variável


CSN e CSN Mineração| Prévias 4T22

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Gabriela Joubert

Publicado 07/mar5 min de leitura

Siderurgia pressiona, mas Mineração deve compensar

No 4T22, devemos ver um desempenho aquém na siderurgia, pressionado pela sazonalidade do período, mas também pelos efeitos da Copa do Mundo e das eleições presidenciais, como já foi observado nos resultados dos pares da empresa. No entanto, na Mineração, esperamos aumento significativo de volumes de vendas, potencializando os resultados da operação, que devem ajudar no balanço consolidado, limitando as perdas observadas nos demais players. No segmento de Cimentos, também devemos ver avanços, com a incorporação da LafargeHolcim. Em energia, com a aquisição da CEEE-D, esperamos uma contribuição positiva no balanço do trimestre. Assim, projetamos uma receita consolidada para a empresa de R$10.761 mm, praticamente em linha com o observado no 3T22, com forte contribuição da Mineração, onde esperamos uma receita de R$ 3.708 mm (+36% t/t). Já para o EBITDA, estimamos um valor de R$ 2.646 mm para CSN, com margem de 24,6% no consolidado, enquanto para CSN Mineração, devemos ver um EBITDA de R$ 1.506 mm, com margem de 41%.

Já para 2023, vemos um horizonte de crescimento baixo, similar ao observado em 2022 para a siderurgia, com volumes em linha e preços em patamar também similar. O lado positivo para o ano são os custos que devem seguir em tendência de queda, beneficiando as margens. Na Mineração, a companhia reforçou seu guidance de produção + compra de terceiros em 40 Mt, o que deve contribuir para resultados positivos ao longo do ano, uma vez que esperamos volume de vendas levemente acima de 2022. Assim, mantemos nosso TP YE23 em R$ 20/ação para CSNA3 e em R$ 6/ação para CMIN3, com recomendação de Compra para ambos os papéis.

Siderurgia. Esperamos um trimestre fraco para o braço de siderurgia da companhia, refletindo os mesmos fatores que prejudicaram demais siderúrgicas no país no período como sazonal mais fraco, Copa do Mundo e pós-eleições. No mercado interno, devemos ver, então, forte queda nos volumes vendidos, o que deve ser parcialmente compensado pelo crescimento das exportações e vendas no mercado externo, em especial na Europa. Os preços devem ficar em linha, apesar da queda nos preços-referência nos mercados internacionais. Já os custos devem seguir a tendência de normalização e trazer leve alívio às margens, que deve seguir em duplo-dígito baixo.

Mineração. Na CSN Mineração, devemos ver um trimestre de volumes de produção em recuperação, mas abaixo do guidance anual. Contudo, o volume de vendas deve aumentar consideravelmente ante o 3T22, chegando a 10 Mt, compensado por maior percentual de compras de terceiros. Os preços realizados deverão ficar maior na comparação trimestral, com efeito positivo de preços provisórios no período, o que, juntamente com os maiores volumes vendidos, devem contribuir para um avanço de 36,2% t/t nas receitas, fechando em R$ 3.708 mm. Nos custos, devemos ver leve aumento t/t no C1, o qual deve ficar em torno de US$ 20/t. Assim, esperamos um EBITDA em R$ 1.506 mm, 34% maior que o 3T22, e margem EBITDA de 41%, 6,6 p.p. acima do trimestre anterior.

Cimento e Energia. No trimestre, os números da LafargeHolcim deverão aparecer em sua totalidade, impulsionando as receitas da operação no período. Contudo, por ter margens inferiores, devemos observar queda na margem EBITDA no período, a qual deverá ser normalizada, conforme a incorporação acontece e os ganhos de sinergia sejam observados. No segmento de Energia, a integração da CEEE-D deve contribuir para um EBITDA positivo na operação para o período, com expectativas, inclusive, de vendas a terceiros a partir do 1T23, podendo impulsionar os resultados da companhia, ao mesmo tempo que potencializa a redução de custos com energia do conglomerado.

Fonte: Inter Research

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