Mais um corte no teto, mas mercado já atuava com taxas baixas
O CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) aprovou mais uma vez um novo teto de juros para as operações do crédito consignado em benefício previdenciário (INSS), desta vez, após o imbróglio da última decisão de março, onde o CNPS quis reduzir o teto para 1,70% que após a repercussão negativa de uma redução brusca o teto naquela época havia sido alterado para 1,97%, contudo, após nova decisão do conselho no dia 17 de agosto, a taxa vai para 1,91%.
Efeitos negativos, mas minimizados. Com uma redução marginal, mas ainda assim pressiona o spread no segmento, que já é apertado. Consideramos que os impactos são limitados já que o mercado em boa parte já praticava taxas menores ao novo teto, onde 69% dos bancos que atuam no consignado INSS já praticavam taxas em média de 10 bps abaixo do novo teto de 1,91%. Segundo dados do Bacen, 25 instituições já praticavam taxas iguais ou abaixo do teto e a média de taxa de juros praticadas por essas instituições era de 1,83%.
Considerando o mercado de crédito consignado total, os principais players são: BB, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander e Banrisul, seguido dos demais. Contudo, a exposição da carteira de crédito consignado voltada ao INSS costuma variar de banco para banco conforme suas respectivas estratégias de atuação no mercado. Dentre os bancos de nossa cobertura, o Itaú apresenta 72% da sua carteira de crédito consignado voltada ao INSS, seguido pelo Bradesco com 45%, Santander 25% e BB com 15%.
Em termos de impactos no lucro líquido estimado por nós para os bancos de nossa cobertura, estimamos baixos impactos que já que os bancos já praticavam taxas próximas ao novo teto, como Itaú e Banco do Brasil apresentavam 1,92% no último período analisado entre 31/07 e 04/08. Os impactos seriam de -0,2% no lucro líquido do Itaú e de -0,1% para o BB. Os bancos Bradesco e Santander praticavam taxas mais baixas que o novo teto, logo não haveria impactos negativos para ambos.