Powell mantém e Copom sobe juros. BCE no radar
Mercados amanhecem avaliando as decisões do Fed, que manteve os juros inalterados ontem e do Copom por aqui, que subiu a taxa Selic em 1 p.p. para 13,25%, como esperado. Por lá Powell reforçou a paciência em relação a cortes futuros e aqui o tom do comunicado foi “dovish” mesmo indicando mais um corte de 1 p.p. para a próxima reunião. Meta e Tesla superaram as expectativas em seus resultados, já a Microsoft ficou abaixo do esperado. Mercado monitora o PIB americano e decisão de juros pelo Banco Central Europeu, além do IGP-M e Caged por aqui.
Estados Unidos
Bolsas em Nova York sugerem alta nesta manhã, pesando balanços positivos da Meta e Tesla, apesar da Microsoft desapontar. Enquanto isso, o mercado também avalia a decisão do Fed de ontem e as falas de Powell. Na decisão de ontem, o Fed retirou a menção do progresso da inflação à meta de 2%, sugerindo que a autoridade monetária ainda vê riscos inflacionários, mas a fala de Powell trouxe um tom mais brando, que suavizou o mercado, reiterando que não há pressa para cortar juros e que as novas decisões dependerão dos próximos indicadores. No cenário corporativo a Nvidia despencou 4% ontem após informações que o governo americano pode impor novas restrições às vendas da empresa para a China, após repercussão do efeito DeepSeek. Os resultados da noite da Meta trouxeram receita e lucro acima do esperado, enquanto a Tesla superou previsões, mas alertou para desafios no mercado. Já a Microsoft decepcionou ao apresentar crescimento abaixo do esperado na divisão de nuvem. Investidores monitoram hoje o PIB do quarto trimestre e repercussões sobre um acidente aéreo entre um helicóptero do Exército americano e um avião da American Airlines com cerca de 64 pessoas.
Mundo
Na Ásia, as bolsas na China seguem fechadas e em Tóquio houve leve ganho, sem maiores catalisadores. O vice-presidente do Banco do Japão voltou a afirmar que deverá haver um novo aumento na taxa de juros do país, caso os indicadores econômicos venham como esperado. Na Europa, mercados operam em alta, antes da decisão do BCE, que deve reduzir a taxa básica de 3% para 2,75%. O corte é esperado em meio à desaceleração da atividade na zona do euro, evidenciada pelo PIB alemão que recuou 0,2% no último trimestre de 2024 e pelo PIB francês que caiu 0,1%.
Brasil
Por aqui, o Ibovespa fechou em baixa ontem, pressionado pelo cenário externo de cautela após a decisão do Fed e aguardando a decisão da noite do Copom, que elevou a Selic para 13,25% e reforçou a orientação para mais uma alta de 1 p.p. em março, mas deixando maio em aberto. O comunicado foi interpretado por agentes de mercado como “dovish”, ao mencionar possíveis impactos negativos de uma desaceleração econômica mais intensa. O dólar caiu pelo oitavo pregão consecutivo, fechando a R$ 5,87 favorecido pelo diferencial de juros doméstico versus o externo diante das decisões de ontem. Na agenda local, o investidor espera os dados do mercado de trabalho e das contas do Governo Central, além de entrevista de Haddad no fim da noite.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) opera em leve baixa, futuros em Nova York ensaiam recuperação, apoiados por balanços das big techs e os juros das Treasuries cedem. O petróleo segue em queda, ampliando perdas de ontem com a alta dos estoques americanos.