Mercados iniciam a terça-feira com indício de recuperação, após as perdas de ontem com ações de tecnologia com o efeito DeepSeek. Apesar disso, índices sem maior exposição à ações de techs performaram em alta com a rotação entre setores, caso do Dow Jones e do Ibovespa. Na guerra comercial, Trump ameaça com mais tarifas e o foco hoje fica para os dados de bens duráveis e confiança do consumidor nos EUA e por aqui o relatório de produção e vendas da Vale será destaque.

Estados Unidos

Mercados americanos seguem repercutindo e avaliando os impactos da DeepSeek, que traz mais perguntas do que respostas hoje para a liderança americana na corrida da inteligência artificial. Ontem o Nasdaq despencou 3%, arrastado por papéis de tecnologia como Marvell (-19%), Broadcom (-17%) e Nvidia (-17%) entre outras. Ontem mesmo Sam Altman, CEO da OpenAI comentou que o modelo de IA da chinesa DeepSeek era impressionante e avaliou como revigorante ter um novo concorrente no mercado e prometeu novos lançamentos em breve. Hoje futuros indicam leve recuperação dos futuros em Nova York, enquanto investidores aguardam os dados das encomendas de bens duráveis e confiança do consumidor. Além disso, mercado acompanha balanços importantes como os da Boeing e General Motors. No radar político, o presidente Donald Trump reforçou sua retórica protecionista, prometendo tarifas para semicondutores e metais estratégicos como aço e cobre, mas não citou prazos e nem países-alvo.

Mundo

As bolsas asiáticas tiveram desempenho misto, com Hong Kong subindo ligeiramente em pregão reduzido e demais bolsas chinesas fechadas devido aos feriados do Ano-Novo lunar. Em Tóquio, o Nikkei recuou, refletindo a correção das ações de tecnologia nos EUA. O mercado europeu abre em leve alta, com recuperação tímida dos papéis de tecnologia após o tombo de ontem. Investidores ficam de olho na temporada de balanços com destaque para a Siemens Energy que avança 3% após resultado melhor que o esperado, mas ontem despencou 20% em meio a queda dos papéis de tecnologia.

Brasil

No Brasil, o Ibovespa teve forte alta descolando-se das quedas globais, claramente se aproveitando da rotação entre setores dos investidores estrangeiros e se beneficiando diante do cenário, da baixa exposição ao setor de tecnologia. Papéis de consumo e financeiro foram destaque. Ontem o relatório Focus trouxe mais uma alta nas expectativas de inflação levando as projeções para o IPCA em 2025 para 5,5% ante 5,08% visto na semana passada, o que traz mais pressão sob a decisão do Copom nesta quarta-feira. Na agenda investidores ficam de olho na arrecadação federal de dezembro e no relatório de produção e vendas da Vale a ser divulgado hoje.

Abertura

Na abertura, o índice dólar (DXY) opera em alta, refletindo o aumento da aversão ao risco com as ameaças tarifárias de Trump. Em Nova York, futuros mostram desempenho misto, com leve recuperação do Nasdaq e estabilidade no Dow Jones. Os juros das Treasuries voltaram a subir, com mercado aguardando a decisão do Fed amanhã e o petróleo ensaia recuperação também na expectativa pelo juro americano.