Tarifas de Trump e pacote de gastos no radar
Depois de começar a semana em tom positivo, mercados amanhecem agitados com ameaças de tarifas de Trump e volatilidade volta a subir, e tanto bonds quanto bolsas recuam nesta manhã. O dólar ganhou força, mas arrefece levemente. No Brasil, investidores aguardam definição sobre o pacote de corte de gastos e Carrefour fica no meio de discussões diplomáticas.
Estados Unidos:
Após iniciar a semana em tom de recuperação, mercados reavaliam últimas notícias sobre Trump que ameaçou tarifar em mais 10% produtos vindos da China e 25% as importações do Canadá e México, seus maiores parceiros comerciais. Ontem, os juros das Treasuries de 10 anos recuaram para o patamar de 4,26%, enquanto o índice das Small Caps bateu máxima histórica. Mas, as ameaças de tarifas vêm como mensagem de reforço da política America First de Trump, em contraponto à nomeação de Scott Bessent que foi recebida pelo mercado como positiva pelo lado do controle fiscal. No corporativo, o setor de consumo discricionário se destaca entre as altas do mês, avançando mais de 11% até o momento, mesmo com expectativas de mais inflação à frente.
Mundo:
Na Ásia, as bolsas tiveram madrugada majoritariamente negativa, com a aversão ao risco dominando as negociações após ameaças das tarifas de Trump. As expectativas de mais tarifas à China colocam em dúvida o crescimento econômico do país para 2025 e pressionam o governo por mais estímulos. Na Europa, mercados estão tímidos nesta manhã, em dia sem grandes eventos na agenda. Por lá, a narrativa se mantém na cautela com as bolsas, em razão de um crescimento econômico mais trépido na região, além das incertezas geopolíticas e revisões negativas para as expectativas de resultados das empresas. Por outro lado, o BCE sinaliza possíveis novos cortes de juros, apesar dos receios com as pressões inflacionárias.
Brasil:
A bolsa brasileira encerrou em leve queda ontem, com mercado local ainda no aguardo do plano de corte de gastos que deve ser anunciado em breve. Ontem, tanto Haddad quanto Tebet deram declarações sobre o contentamento com o que foi definido. Ao mesmo tempo, governo reduziu as estimativas de pente-fino com os benefícios sociais de R$ 10 bi para R$ 5,5 bi, o que levou a novo bloqueio no orçamento para este ano. Enquanto aguardam o pacote, investidores monitoram também situação do boicote ao Carrefour e ministério das relações exteriores entra em cena, pedindo retratação do CEO da matriz francesa. Ainda pelo lado corporativo, a temporada de balanços encerra com forte avanço nos lucros das empresas na comparação anual, mas insuficiente para elevar o Ibovespa, que segue abaixo dos 130 mil pontos. Na agenda local, temos IPCA-15 e Confiança da Construção.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) está de lado e bolsas operam ainda sem direção, sob leve pressão. Os juros das Treasuries avançam, mesmo que timidamente, enquanto as commodities estão majoritariamente em alta. Bitcoin corrige e opera próximo aos US$ 91 mil, revertendo os ganhos dos últimos dias, após chegar próximo a US$ 100 mil.