Bolsas sobem com China, antes de Powell e PCE amanhã
Rali nos mercados com China e cenário de juros em queda nas principais economias globais, exceto Brasil, onde as discussões sobre a alta da Selic continuam, mesmo com a inflação dando claros sinais de que se mantém comportada. Bolsas hoje sobem, antes de Powell e dados de inflação nos Estados Unidos amanhã.
*Estados Unidos:*
Os índices norte-americanos encerraram mistos ontem, com os investidores ainda comedidos, processando o início do ciclo de cortes pelo Fed e aguardando dados macro, especialmente de atividade e mercado de trabalho, preocupação maior do Fed por ora. Já vemos apostas de mais um corte de 50 p.b. para a próxima reunião, após dados de sentimento do consumidor mostrarem arrefecimento. Hoje sai o PIB e mais números do setor imobiliário que também dá sinais de melhora, em resposta ao início do ciclo de cortes. Hoje, mercado monitora fala de Powell, buscando mais sinalizações sobre o que esperar para a política monetária até o fim do ano. Futuros hoje avançam cerca de 1%, motivados principalmente pelos bons ventos asiáticos.
*Mundo:*
E por falar em Ásia, os índices chineses caminham para a melhor performance semanal em décadas, conforme os investidores locais vão se posicionando animados com o superpacote de estímulos anunciado pelo governo chinês. Nesta madrugada, as bolsas subiram mais de 4% e até o Nikkei, que vinha descolado, avançou quase 3% e também entrou na festa. Na Europa, bolsas avançam em bloco, também puxadas por China, com as mineradoras e varejo de luxo em forte alta nesta manhã. Ajuda também o cenário de juros mais baixos, com mercado pressionando o BCE para seguir com seu ciclo de cortes, assim como fez o Fed, especialmente considerando os dados macro na região que mostram uma economia mais fragilizada.
*Brasil:*
O Ibovespa ontem encerrou em queda de 0,43%, pressionado principalmente por B3 e Prio, apesar da alta da Vale. Os setores sensíveis a juros foram as maiores contribuições negativas, enquanto as Blue Chips avançaram. Por aqui, o IPCA-15 veio melhor que o esperado, mostrando que a inflação segue seu caminho de desaceleração, mas as expectativas desancoradas e que levaram ao início de um novo miniciclo de alta na Selic continuam. Mercado continua cético quanto ao fiscal e pressiona o governo por um posicionamento. No corporativo, o pacote de estímulos na China tem ajudado as grandes exportadoras, que acabam mais beneficiadas pela provável maior demanda por commodities. Mas, ainda é cedo para afirmar que os novos estímulos serão suficientes para manter uma visão mais construtiva para a demanda global futura.
*Abertura:*
Na abertura, o índice dólar (DXY) opera perto da estabilidade, enquanto futuros em Wall Street estão em forte alta e juros das Treasuries operam em queda, com o T-10 anos em 3,77%. Petróleo recua, com notícias de aumento de produção na Arábia Saudita, enquanto minério de ferro sobe levemente, seguindo a forte alta da véspera. Bitcoin avança.