China puxa commodities, mas efeito global é limitado
S&P 500 bate seu 41º recorde do ano. O pacote de estímulos na China segue impulsionando as bolsas por lá, mas efeito global é mais limitado a setores específicos. Ibovespa avança, com exportadoras em forte alta. Minério de ferro e ouro disparam.
Estados Unidos:
Mesmo com os avanços mais limitados pela falta de grandes catalisadores, o S&P 500 bateu novo recorde ontem, seu 41º do ano. Investidores estão mais comedidos, depois da euforia das últimas semanas que precederam o primeiro corte de juros do Fed desde 2020, e enquanto aguardam a métrica favorita do Fed sobre inflação, o PCE que sai na sexta. Ao mesmo tempo, mercado monitora dados do sentimento do consumidor que acabaram pesando no índice, sinalizando uma possível desaceleração no mercado de trabalho, além de números mais fracos do setor manufatureiro. Os dados mais fracos elevaram as apostas de mais de 75 p.b. de cortes para este ano. Na agenda, temos dados do setor imobiliário, antes de fala de Powell amanhã.
Mundo:
Na Ásia, as bolsas tiveram mais um dia de alta forte no geral, principalmente na China, com investidores ainda processando o superpacote de estímulos apresentado pelo governo chinês na última terça-feira. No entanto, o otimismo ficou atrelado mais à região, com investidores ainda céticos se os novos estímulos serão suficientes para sanar os problemas correntes do país. Na Europa, dados mais fracos de atividade na região elevam a pressão sobre o BCE e outros bancos centrais para entrega de mais cortes de juros. Na França, o cenário político ainda pesa, mas dados de confiança do consumidor melhoraram pelo quarto mês consecutivo. Bolsas lá operam de lado nesta manhã.
Brasil:
Beneficiado pelos papéis das exportadoras que subiram com a forte alta das commodities, o Ibovespa encerrou em alta de 1,22% ontem, enquanto o dólar fechou em R$ 5,45. A Vale subiu quase 5%, puxando o índice brasileiro, que também teve boa contribuição das petroleiras. Aqui, segue pesando no sentimento as preocupações com o fiscal e ontem a Ata do Copom mostrou preocupação com as contas públicas, sinalizando a importância da previsibilidade do fiscal para a condução da política monetária. Banco Central mostrou que as Bets receberam cerca de R$ 3 bi de beneficiários do Bolsa Família em agosto e sinaliza preocupação com os impactos desses gastos na economia, na estabilidade financeira e bem-estar da população. Na agenda, temos IPCA-15 e dados da balança comercial.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) está de lado, enquanto futuros em Nova Iorque recuam e juros das Treasuries sobem. Minério de ferro tem forte avanço, enquanto petróleo recua. Bitcoin cai, mas avança 8% no mês.