Humor azeda com receios de juros mais altos
Tanto no exterior quanto no Brasil vemos receios de juros um pouco mais altos do que o esperado anteriormente pesando nos ativos. As bolsas recuam e a curva de juros corrige, também com cenário político e temporada de balanços no radar. Nos EUA, mercado avalia possível vitória de Trump e no Brasil, projeção do IPCA vai a 4,5%.
Estados Unidos:
Após seis semanas em alta, o S&P 500 recuou levemente ontem, caindo 0,2%, o que já foi motivo para exageros por parte de alguns investidores. Os juros das Treasuries também avançaram levemente, com os T-Bonds de 10 anos ficando em 4,21%. Nas discussões, o cenário político acabou ganhando um pouco mais de peso, com alguns investidores pesando os impactos de uma possível vitória de Trump, o que poderia levar a uma retomada da inflação e juros mais altos de acordo com alguns analistas. Os números recentes da economia norte-americana, bem como os bons resultados corporativos apresentados até o momento corroboram a visão de uma maior resiliência e um provável soft landing, o que impediria que o Fed entregasse todos os cortes precificados pelo mercado anteriormente. Investidores aguardam o livro bege e dados de real estate na semana.
Mundo:
Na Ásia, as bolsas tiveram um dia predominantemente negativo, exceto pelos índices na China, que vêm sendo beneficiados pelos fluxos de recompras de ações em níveis recordes, reflexo das políticas recentes de estímulos do governo. No Japão, o Nikkei também recuou, com investidores avaliando o cenário político e eleições que se aproximam, ao mesmo tempo que a aprovação do governo do primeiro-ministro Ishiba segue recuando nas pesquisas. Na Europa, os juros dos bonds voltam a subir, sob receios de menores cortes entregues pelo Fed, o que limitaria o ciclo de cortes por lá também. Além disso, as pressões sobre as commodities, em especial as energéticas, em razão dos conflitos no Oriente Médio, também têm contribuído para um provável cenário de maior inflação.
Brasil:
Assim como seus pares, o Ibovespa também encerrou em leve queda ontem, dando continuidade a uma sequência de quedas de três dias. Ontem, Vale e Petrobras foram as principais contribuições negativas e na ponta positiva, Hypera avançou após proposta para fusão. Na agenda política de hoje, Lula tem telefonema com Putin, o presidente russo. Já Haddad e RCN participam de eventos em Washington. No congresso, agenda está esvaziada por conta das eleições municipais. Nas projeções do Focus, tanto IPCA quanto Selic tiveram alta na comparação semanal, também influenciados pelo avanço do câmbio, com o dólar a R$ 5,70. O IPCA está cotado agora na banda alta da meta, em 4,5%. Ruim para uns, bom para outros. Em agosto, o Tesouro Direto bateu recorde de investimentos, com mais de R$ 8 milhões aplicados, com investidores aproveitando os atuais prêmios.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) cai, futuros em Nova Iorque também recuam e os juros das Treasuries avançam. Commodities e Criptoativos operam em queda nesta manhã.