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Bom Dia, Inter! 20.03.25

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Gabriela Joubert

Publicado 20/mar2 min de leitura

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Mercados reagem às decisões de juros

Mercados receberam bem à decisão do Fed ontem, mas hoje o sentimento de dúvida volta à tona, com investidores questionando se a instituição não estaria minimizando os reais impactos na economia norte-americana. Futuros reverteram e recuam forte, assim como os juros das Treasuries. No Brasil, Copom fez como esperado e sinalizou nova alta, mas em menor magnitude, de olho nas expectativas de inflação e na evolução da atividade.

Estados Unidos

Bolsas subiram ontem após a decisão do Fed que optou por manter os juros no atual patamar, mas com um comunicado mais dovish, reduzindo um pouco dos receios do mercado. Com muita destreza, o Fed conseguiu ressaltar que as políticas do novo governo trouxeram novas preocupações, tanto que houve ajustes para cima nas projeções de inflação e para baixo nas expectativas de PIB, de acordo com o dot plot. Mas, a instituição de mesma forma conseguiu acalmar os ânimos, reforçando que ainda vê espaço para dois cortes no ano, já que os efeitos de tarifas deverão ser limitados ao curto prazo, ou seja, transitórios. No entanto, hoje, tom do mercado já mudou e futuros recuam, com investidores receosos de que talvez o Fed esteja minimizando os reais impactos que as tarifas possam ter na economia. No campo corporativo, a Nvidia anunciou que vai investir centenas de bilhões de dólares para aumentar sua produção de chips e eletrônicos nos Estados Unidos, movimento estratégico para reduzir a dependência externa, em especial da China, já que as tensões entre ambos os países continuam.

Mundo

Na Ásia, as bolsas recuaram nesta madrugada. Investidores mantiveram o sentimento de cautela com a decisão do Fed, preocupados com os reais efeitos que as tarifas poderiam trazer à economia global. Na Europa, bolsas também estão sob pressão e caem nesta manhã. Lagarde, presidente do BCE, ressaltou as preocupações com o cenário de tarifas e ressaltou que o banco espera um impacto negativo de 0,3% no PIB com a imposição de tarifas de 25% pelos Estados Unidos. No radar local, temos hoje a decisão do BoE, que deve manter os juros no patamar atual, já que vemos um comitê mais dividido e prudente, dando ênfase a uma redução gradual e cuidadosa para não haver disruptura nas expectativas.

Brasil

Seguindo o otimismo de seus pares internacionais, o Ibovespa subiu 0,79% ontem, enquanto o dólar recuou para R$ 5,65. Tivemos a decisão do Copom que, conforme esperado, trouxe um aumento de 100 p.b., levando a Selic a 14,25%. Para a próxima reunião, o comitê sinalizou que ainda prevê novo aumento, mas em menor magnitude, deixando aberto a depender da evolução dos dados macro. Inflação teve um peso maior na decisão, já que ainda vemos desancoragem. A desaceleração da atividade e a valorização do real podem ajudar nas próximas decisões e limitar o ritmo de alta dos juros, já que o atual patamar já é bastante restritivo. Na agenda política, o Congresso Nacional convocou agenda conjunta para votação do Projeto de Lei Orçamentária de 2025.

Abertura

Na abertura, o índice dólar (DXY) avança, enquanto futuros em Wall Street recuam e os juros das Treasuries acompanham, com os T-Bonds de 10 anos em 4,21%. O Bitcoin está em US$ 85 mil e o ouro segue nos US$ 3 mil, em patamares recordes. Petróleo estava estável.

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