As decisões de juros ontem, com corte nos Estados Unidos e alta no Brasil, apesar de trazerem definições, mantiveram a volatilidade nos mercados. Bolsas fecharam em queda, em dia marcado por movimentações abruptas, mas hoje mercados têm forte alta, com investidores abraçando um cenário de juros mais baixos e economia saudável nos Estados Unidos.

*Estados Unidos:*

Em dia de definição da taxa de juros, vimos um mercado extremamente volátil, ainda permeado pelas divisões entre os agentes quanto ao futuro da política monetária norte-americana. O Fed anunciou ontem um corte de 50 p.b. e no momento do anúncio, as bolsas chegaram a bater as máximas, para então voltarem à estabilidade, subirem novamente e encerrarem o dia em queda de cerca de 0,3%, conforme mercado ia digerindo as falas de Powell. Em seu discurso, o presidente da instituição sinalizou que a inflação não preocupa tanto e que agora os próximos passos estariam mais condicionados à atividade, em especial ao mercado de trabalho. As projeções mostram mais 50 p.b. de corte até o fim do ano. O mercado passa a ver um cenário de soft landing mais plausível, somado a juros mais baixos. Hoje, atenção se volta a dados de mercado de trabalho e imobiliário.

*Mundo:*

Na Ásia, bolsas refletiram um melhor humor global e avançaram em bloco, enquanto as moedas por lá também apreciaram, diante de um cenário de dólar mais enfraquecido. Mercado agora se prepara para decisão do BoJ amanhã e discurso do presidente do BC, Kazuo Ueda, que tem o desafio de sinalizar possíveis novas altas sem gerar pânico no mercado. Na Europa, teremos hoje decisão do BoE, BC da Inglaterra, na qual se espera manutenção dos juros, especialmente após a última leitura mostrar inflação ainda persistente. Bolsa por lá tem alta forte.

*Brasil:*

Ibovespa não escapou da volatilidade, e em meio a subidas e decidas, acabou encerrando o dia em queda de 0,9%, na mínima intradiária. A queda das commodities nos mercados internacionais ajudou negativamente pressionando Vale e Petrobras. O dólar encerrou em R$ 5,46. Ontem também, além do Fed, tivemos a decisão do Copom que definiu por reiniciar um ciclo de alta na Selic, aumentando os juros em 0,25 p.p. e reforçou no comunicado um tom mais duro, ressaltando a necessidade de uma política monetária mais contracionista, até que haja convergência mais clara da inflação e reancoragem das expectativas. Hoje, mercado processa decisão do Copom, além da arrecadação de agosto.

*Abertura:*

Na abertura, o índice dólar (DXY) opera estável, mas futuros em Wall Street acompanham o maior apetite ao risco global e sobem cerca de 1%, enquanto os juros das Treasuries estão mistos, mas perto da estabilidade também. As criptomoedas disparam nesta manhã. Para as commodities, metálicas avançam, com destaque para o ouro e cobre. Petróleo também avança com tensões no Oriente Médio.