Juros, cautela e tensões na Turquia
Em dia de FOMC e Copom, mercados aguardam em tom de cautela, as decisões de juros dos Bancos Centrais e mais informações sobre o que esperar para as próximas reuniões. Na Turquia, a lira despenca mais de 10% após prisão do principal oponente do atual presidente. E no Brasil, o Copom deve levar a Selic a 14,25%.
Estados Unidos
O dia ontem foi de correção nos Estados Unidos, com todos os índices recuando, refletindo o sentimento de cautela que prevalece, enquanto investidores tentam entender os impactos e reais intenções das políticas adotadas pelo novo governo. Hoje, o modo espera está acionado e futuros estão em leve alta, mas aguardam decisão do Fomc que deve manter os juros, mas trazer novas informações sobre o que esperar para as próximas reuniões. O Fed, em seu último comunicado, reforçou que a decisão de pausar o ciclo de cortes se pautava na resiliência da economia e força do mercado de trabalho, além de preocupações com a inflação. No entanto, os dados mais recentes começam a mostrar alguma desaceleração na atividade e no consumo, o que poderia fazer com que a instituição mudasse de opinião. Sendo assim, investidores ficarão atentos ao discurso de Powell, buscando algum alento que ajude a dissipar os receios que se elevaram nas últimas semanas.
Mundo
Na Ásia, o dia foi de comportamento misto. No Japão, o BoJ manteve os juros, como esperado, e em discurso, Ueda reafirmou que aumento nos juros podem acontecer a depender do comportamento dos preços, apesar das incertezas com tarifas comerciais. Do lado macro, exportações vieram fortes, apesar de abaixo do esperado, e tanto pedidos de maquinários quanto produção industrial ficaram abaixo do consenso. Na Europa, a prisão do prefeito de Istambul, principal oponente do atual presidente turco, fez com que a bolsa recuasse e a lira turca despencasse mais de 10%. O fato adicionou ainda mais receios ao já conturbado cenário geopolítico da região, principalmente após o fim da trégua em Gaza e a rejeição de um cessar fogo na Ucrânia por parte da Rússia. Na Alemanha, o pacote de gastos segue no radar dos investidores.
Brasil
Ao contrário do que vimos no exterior, o Ibovespa avançou ontem, subindo 0,49%, puxado por Vale, principalmente, ainda beneficiada pelos estímulos e maior otimismo com China. Tem ajudado também a narrativa de que a atividade apresenta sinais de desaceleração o que pode influenciar os próximos passos do Copom. Aliás, hoje temos decisão de juros, com expectativas de mais 1.p.p. de aumento na Selic, levando a taxa nacional a 14,25%. No entanto, o mercado irá monitorar atento ao comunicado buscando informações adicionais sobre o ciclo de alta, se ele poderá ser encerrado previamente ou não. No radar, temos leilões de linhas, que podem trazer alguma oscilação aos papéis do setor de Utilities. Temos também ainda balanços da temporada de resultados que podem movimentar alguns papéis.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) sobe, assim como o ouro que continua fazendo seu papel mais defensivo e operando em níveis recordes. Futuros em Wall Street ensaiavam alguma recuperação e os juros dos T-Bonds de 10 anos estavam em 4,28%. Petróleo cai e Bitcoin avança.