Mercados sinalizam recuperação neste início de semana, após a correção vista semana passada, com investidores reavaliando as futuras políticas de Trump tanto nos juros quanto na economia. No Brasil, pacote de gastos deve finalmente sair, após reunião do G20, podendo mexer com as expectativas de juros e inflação locais.

Estados Unidos:

Após uma semana de correção, enquanto investidores revisam suas expectativas para os juros e para o PIB da economia norte-americana, futuros hoje ensaiam leve alta, em semana que deve ser um pouco mais calma na agenda macroeconômica. Desde as eleições, mercado vem reavaliando os impactos da nova equipe econômica, esperando que mais pressão inflacionária possa vir ao longo dos próximos anos. A leitura de vendas ao varejo mais forte que o esperado na semana passada colaborou para a mensagem do Fed de prudência no ritmo de cortes e as Treasuries de 10 anos bateram 4,5% pela primeira vez desde maio. No radar do mercado, temos algumas nomeações-chave para o novo governo Trump, com olhos atentos ao novo Secretário do Tesouro. Teremos também bateria de números do setor imobiliário, com alvarás, aplicação para hipotecas, vendas de casas existentes e outros. No corporativo, mercado também aguarda resultado da Nvidia na quarta-feira.

Mundo:

Na Ásia, a semana começou com desempenho misto dos índices. Na China, as bolsas tiveram mais um dia volátil, mesmo com Samsung batendo expectativas, e bolsas foram pressionadas pelas incertezas quanto aos estímulos do governo na economia e no mercado. No Japão, o primeiro-ministro Ueda reafirmou que a política monetária deve caminhar para a normalidade. Na Europa, teremos inflação na zona do euro e no Reino Unido na semana, o que deverá ajudar os investidores a entender melhor a política adotada tanto pelo BCE quanto pelo BoE. Teremos também falas de dirigentes de ambas as instituições. A temporada de balanços vem mostrando certa resiliência, com crescimento nos lucros de 5% a/a contra uma expectativa anterior de queda de 5%. No entanto, a maior parte dos ganhos veio pelo setor financeiro, enquanto setores como energia e consumo foram os piores desempenhos.

Brasil:

No Brasil, o Ibovespa encerrou a semana mais curta por conta do feriado em divergência dos movimentos globais. Por aqui, mercado ainda aguarda pacote de corte de gastos do governo, prometido para esta semana, após a reunião do G20 no Rio de Janeiro. Em entrevista, Haddad afirmou que o pacote está fechado com o presidente Lula e deverá ser anunciado em breve. O pacote poderá auxiliar no recuo dos prêmios locais que vem há tempos se mantendo em patamares elevados, com mercado impaciente com a condução das finanças públicas. Hoje temos também fala de RCN e no campo político, governo tenta minimizar xingamento de Janja a Elon Musk, em busca de estreitamento de laços com o novo governo norte-americano. Na semana teremos Focus e dados de arrecadação fiscal.

Abertura:

Na abertura, o índice dólar (DXY) opera em leve alta, assim como futuros em Wall Street. Bitcoin recupera das perdas e sobe, sendo negociado acima de US$ 91 mil. Os juros das Treasuries têm leve recuo frente à sexta-feira, operando a cerca de 4,44%. As commodities estão em alta nesta manhã e podem ajudar o desempenho do Ibovespa.

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