Europa destoa e mercado aguarda decisões de juros
Mercados estão em modo de espera para as decisões de juros na semana, mas enquanto isso, os ajustes nas carteiras vêm sendo feitos e ativos mais defensivos ficam no destaque. Europa também destoa, com novo pacote de gastos do governo alemão sendo bem recebido pelo mercado, que antecipa crescimento à frente. No Brasil, estímulos na China impulsionam a bolsa e no político, IR e Orçamento ficam no radar.
Estados Unidos
Depois de um dia de boa recuperação ontem, bolsas amanhecem em leve queda nesta manhã, sob pressão do cenário de guerra comercial, bem como sob incertezas quanto à nova administração Trump, especialmente após a fala do secretário de tesouro no fim de semana que mencionou a queda recente do mercado como saudável. O mercado vem antecipando um cenário de desaceleração, causado pelos juros mais altos em razão das pressões inflacionárias vindas das tarifas impostas por outros países. Esta antecipação já pode ser observada no movimento dos bonds, com juros cedendo, e também no mercado acionário, com analistas revisando para baixo projeção de lucros para as companhias. Hoje, tem início a reunião do FOMC para decidir os juros que devem ser mantidos, mas mercado acompanhará atento o discurso de Powell para mais informações sobre as expectativas do Fed sobre a economia e sobre o rumo dos juros daqui pra frente. No corporativo, foco está sob Nvidia e o discurso de seu CEO na conferência de AI.
Mundo
Na Ásia, mercados encerraram em tom positivo, seguindo Nova Iorque na véspera, com destaque para o Hang Seng, que disparou quase 3%. As ações da BYD também foram destaque de alta, após a empresa anunciar um modelo de veículo elétrico de rápido carregamento. Na Europa, as bolsas avançam em bloco, com investidores globais de olho no pacote de gastos de centenas de bilhões de euros a ser assinado pelo governo alemão. As expectativas são de que a política fiscal mais expansionista deva impulsionar o crescimento na região para as próximas décadas. O DAX bateu um novo recorde e empresas de maquinário e defesa estão entre as preferidas dos analistas para se beneficiarem desta nova onda de investimentos. Na frente geopolítica, Trump e Putin conversam sobre fim da guerra na Ucrânia.
Brasil
Seguindo os pares externos e impulsionado pelas notícias de estímulos na China, o Ibovespa encerrou em alta de 1,46% ontem, enquanto o dólar recuou para R$ 5,69. As exportadoras estiveram entre as principais contribuições positivas para o índice. Desde o início do ano, o Ibovespa avança quase 9%, com investidores estrangeiros voltando para o país, conforme o call de desaceleração da economia reflete nos prêmios locais. Esta semana temos a decisão do COPOM que deve entregar mais um aumento de 100 p.b. na Selic. Mercado começa a absorver com mais veemência a narrativa de que a atividade arrefece e, com isso, o ciclo de alta dos juros seria interrompido mais brevemente. No campo político hoje, Lula envia PL para isenção do IR para aqueles que ganham até R$ 5 mil e ainda se aguarda votação do Projeto das Leis Orçamentárias de 2025. Temos hoje também o IGP-10.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) opera estável, enquanto futuros em Wall Street tendem para o negativo. Juros das Treasuries estavam de lado e o ouro bate nova máxima com tensões no Oriente Médio. Bitcoin recua.