Mercados sem direção definida e fiscal no radar local
Mercados operam mistos lá fora, sob efeito de China que deixa a desejar mais uma vez, e enquanto investidores se preparam para a decisão do Fed na semana que vem, após o BCE ter cortado os juros ontem. No Brasil, fiscal pesa novamente e pressiona bolsa e dólar.
Estados Unidos:
Futuros em Nova Iorque avançam hoje, puxados pelo setor de tecnologia, em especial as empresas de AI, após a Broadcom anunciar que espera um boom na demanda por seus chips. Os papéis da empresa dispararam 15% no pre-market e puxam demais. Mercado se prepara para a decisão do Fed na semana que vem, com expectativas de mais um corte de 25 p.b., mas os dados recentes de inflação mostram que o processo desinflacionário pode estar desacelerando e esperamos inflação ainda acima da meta para o ano que vem. Assim, o ciclo de cortes do Fed poderá terminar antes do esperado, movido pela evolução dos dados macroeconômicos. No geral, investidores ainda seguem otimistas com a bolsa norte-americana para 2025, mesmo após a alta de mais de 25% neste ano e com as expectativas de juros para o ano que vem.
Mundo:
Na China, as bolsas recuaram com investidores decepcionados com a falta de informação mais concretas sobre os estímulos fiscais que devem ser colocados pelo governo no próximo ano. No Japão, mercados já precificam que o BoJ irá manter a taxa de juros na semana que vem, dando mais tempo para a decisão de voltar a subir juros. Na Europa, as bolsas recuam nesta manhã, prejudicadas pelo desempenho de China, mas também com investidores processando a decisão do BCE que, conforme esperado, trouxe um corte de 25 p.b. nos juros ontem. O Banco trouxe um tom menos dovish que o antecipado, o que agradou, mas não o suficiente. Agora mercado aguarda pela decisão do BC da Inglaterra na semana que vem.
Brasil:
O Ibovespa despencou ontem, recuando 2,74%, muito mais que seus pares e devolvendo os ganhos que vinha acumulando no mês, com o fiscal pesando novamente nas decisões dos investidores. As alterações que estão sendo propostas no Congresso podem desidratar o plano, que já não foi visto como suficiente, e poderá exigir medidas adicionais do governo para cumprir com o orçamento. O dólar chegou a ser negociado novamente perto de R$ 6,10, mas voltou para abaixo da marca dos R$ 6. Senado propôs também concluir a votação antes do recesso, com possibilidade de aprovar a LDO e a LOA até 20 de dezembro. Na agenda de hoje, temos os IGP-DI e o IBC-BR.
Abertura:
Na abertura, o índice dólar (DXY) sobe levemente, enquanto futuros em Wall Street sobem com as Tech. Os juros das Treasuries estão praticamente de lado, com o T-Bonds de 10 anos em 4,33%. Bitcoin sobe para US$ 100.400 e as commodities operam mistas nesta manhã.